João Francisco dos Santos não é Madame Satã: Colonialidades, Racismo e a disputa de Imaginários acerca de Sujeitos Negros LGBTQIAP+

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v17i1.54618

Palavras-chave:

João Francisco dos Santos, Racismo, Cinema, Negritude, Madame Satã

Resumo

Este artigo parte da inquietação de um sujeito-pesquisador negro em investigar como as colonialidades contribuem na reconfiguração do racismo na narrativa, histórica e audiovisual, do ícone da contracultura brasileira, João Francisco dos Santos, inspiração para o filme Madame Satã (2002). Na tentativa de reivindicar a condição de sujeito, no lugar da objetificação desse artista, debruça-se sobre os estudos raciais, ancorando-se, principalmente, em autoras e autores negras, bem como nos estudos decoloniais. Conclui-se que, ainda que se retrate parte da vida artística de João Francisco dos Santos, o racismo, bem como as LGBTQIAP+fobias, são reelaborados no imaginário popular a partir da manutenção de alcunhas racistas, mesmo na obra de Karim Aïnouz, narrativa ficcional onde há espaço para fabulações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Alberto de Carvalho, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor Adjunto (Comunicação Social). Pós-Doutorado (Centro de Estudos Comunicação e Sociedade ) Universidade do Minho. Doutor e Mestre em Comunicação. E-mail: carloscarvalho0209@gmail.com. 

Aleone Rodrigues Higidio, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Doutorando em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em Comunicação e jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

Referências

AINOUZ, Karim. (Produtor/diretor). (2002). Madame Satã. [DVD]. Brasil: Lumiére. 105 min. color.

BBC Brasil. Madame Satã, o transformista visto como herói da contracultura e vilão pelo governo Bolsonaro. BBC Brasil. On-line, 26 de jun. de 2021. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57534106>. Acesso em: 28 de Jul. de 2022.

CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil. 2014. 290 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciencias e Letras (Campus de Araraquara), 2014. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/115710>. Acesso em: 28 de Jul. de 2022.

CRUZ, Mariléia dos Santos. Uma abordagem sobre a história da educação dos negros. In: ROMÃO, Jeruse (Org.). História da Educação do Negro e outras histórias. Brasília: MEC/SECAD, 2005.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Ed. UFBA, 2008.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: RIOS, Flavia, LIMA, Márcia (orgs.). Por um feminismo latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

hooks, bell. Olhares Negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Censo da Educação Superior, 2020. Brasília: MEC, 2022.

KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2019.

MADAME Satã. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra69093/madame-sata. Acesso em: 17 de setembro de 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7.

MOMBAÇA, Jota. Não vão nos matar agora. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

NAZARIO, Luiz. As sombras móveis. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999.

PAEZZO, Sylvan. Memórias de Madame Satã. Rio de Janeiro: Editora Lidador, 1972.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, Boaventura de Sousa, MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009.

QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patricia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos decoloniais. Arte e colonialidade: n.3. São Paulo: MASP Afterall, 2019.

REDUZINO, R. A. DE JOÃO FRANCISCO DOS SANTOS À MADAME SATÃ: Análise da incorporação do Racismo Científico do século XIX pelas instituições brasileiras. 2016. 174 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) - Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 2016.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno Manual Antirracista. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SOUZA, Neuza Santos. Tornar-se Negro ou as Vicissitudes da Identidade do Negro em Ascenção Social. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1983.

Downloads

Publicado

2022-12-15

Como Citar

Alberto de Carvalho, C. ., & Rodrigues Higidio, A. (2022). João Francisco dos Santos não é Madame Satã: Colonialidades, Racismo e a disputa de Imaginários acerca de Sujeitos Negros LGBTQIAP+ . Mídia E Cotidiano, 17(1), 75-97. https://doi.org/10.22409/rmc.v17i1.54618