PAULO FREIRE E PIERRE FURTER: DIÁLOGOS SOBRE MEDIAÇÃO INTERCULTURAL E DESENVOLVIMENTO HUMANO COMUNITÁRIO

Abstract

A mediação intercultural configura amplas perspetivas de intervenção para o desenvolvimento pessoal
e social de indivíduos e das comunidades. Partindo de um projeto de mediação intercultural, numa
Eurorregião do Norte de Portugal/Galiza, procuramos problematizar este projeto cruzando perspetivas
entre as pedagogias de Paulo Freire (1967) e de Pierre Furter (1970). Este projeto contribuiu para a
construção de utopias realizáveis, através da criação de espaços de intervenção socioeducativa e com
o objetivo de promover uma cultura de convivência pacífica e de bem-estar na, em e para a
comunidade.
Paulo Freire (1967) e Pierre Furter (1970) deram um grande contributo para ampliarmos a
compreensão do papel da educação no desenvolvimento humano e sustentável das comunidades.
Freire (1967) destaca a relevância do método educativo dialógico e apresenta as suas perspectivas de
problematização e sensibilização, bem como da leitura crítica do mundo. Furter (1996), por sua vez,
propõe uma abordagem educacional baseada na experimentação, na interdisciplinaridade e na conexão
entre a teoria e a prática.
Partindo das ideias destes autores, foram analisados os pressupostos deste projeto de mediação
intercultural e as atividades desenvolvidas com o objetivo de promover o desenvolvimento humano
na, para e da comunidade. Os resultados apontam para a necessidade de concretizarmos os nossos
sonhos, as nossas utopias, através de uma pedagogia dos laços sociais, focada no trabalho colaborativo
com os agentes comunitários, que permita a abertura à alteridade com utopias comuns sustentáveis,
através de uma experiência repleta de diálogo intercultural que seja emancipatória, para que
aprendamos a ser pessoas com dignidade numa sociedade de convivência.