Os desafios da arte e da estética no século XXI
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.v20i34.38532Keywords:
mutação, poética, sentidos em abertoAbstract
O presente artigo discute os desafios da estética contemporânea em tempos de profunda mutação nos modos de sentir, pensar e existir. Assumindo que a presente mutação se dá no próprio sentido de forma e em todas as formas de sentido, o artigo considera que o grande desafio da “estética” é dar sentido ao em aberto dos sentidos, propor formas em aberto de convivência e ação, de pensamento e sensibilidade e não propor novos ou outros sentidos e formas fechadas e determinadas. Buscar formas formadas e sentidos fechados é o que caracteriza o fascismo em todos os seus modos de expressão e mobilização. A reflexão propõe uma poética do sendo, isto é, do gerúndio, que encontra nas experiências de esboço e ritmo algumas de suas palavras indicadoras. Considera que para resistir ao fascismo das formas contemporâneas de controle é preciso seguir as indicações dos restos resistentes aos processos de totalização de sentido e inventar uma linguagem que sente e pensa no gerúndio. Esse seria um modo de devir floresta em tempos de devastação total.Downloads
References
(1) Paul Celan. Ansprach anläßlich der Entgegennahme des Literaturpreises der Freien Hansestadt Bremen, s. 129. Tradução da autora: “É o esforço daqueles que, fugindo das estrelas, são obra do homem que, sem tenda, mesmo neste sentido até então inimaginável e, portanto, nos mais estranhos lugares ao ar livre, fala de sua existência, buscando a realidade”.
(2) Clarice Lispector. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
(3) Carta de Arthur Rimbaud a Georges Izambard, escrita em Charleville, aos 13 de maio de 1871.
(4) Foi o que desenvolvi no meu livro Att tänka i skisser: essäer om bildens filosofi och filosofins bilder (Göteborg: Glänta, 2011).
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