Sobre o ativismo artístico
DOI:
https://doi.org/10.22409/poiesis.1829.201-219Palavras-chave:
ativismo artístico, estetização, arte, designResumo
Neste ensaio, Boris Groys centra suas reflexões em torno das práticas atuais de ativismo artístico, entendido como um fenômeno novo no qual “os artistas ativistas querem ser úteis, mudar o mundo, tornar o mundo um lugar melhor – mas, ao mesmo tempo, eles não querem deixar de ser artistas”. O autor avança em sua elaboração em torno da crítica às ações ativistas na arte, espremidas entre as noções de estetização e de espetacularização, uma vez que “o uso da arte para uma ação política necessariamente estetiza essa ação, transformando-a em um espetáculo e, portanto, neutralizando o efeito prático da ação”. Para Groys, é fundamental que se analise os significados precisos e o uso político do termo estetização, o que “permitirá esclarecer as discussões sobre o ativismo artístico e o lugar que ocupa e no qual age” em confronto com a “divisão da própria prática da arte contemporânea em dois domínios diferentes: arte, no sentido próprio da palavra, e design”.
Tradução: Caroline Alciones de Oliveira Leite e Luiz Sérgio de Oliveira
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Referências
Notas
N. T.: Os tradutores optaram por traduzir defunctionalization como desfuncionalização por se tratar de um processo em que algo perde ou tem sua função esvaziada.
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