A máscara não pode ser esquecida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/poiesis.v21i35.36386

Palavras-chave:

silenciamento, máscara de flandres, Anastácia, escravidão

Resumo

Em 1968, a Igreja do Rosário, localizada no subúrbio carioca. montou  uma exposição em homenagem aos 80 anos de Abolição da Escravatura, revelando entre as obras expostas a litografia Castigo de Escravos. A imagem carrega uma figura feminina de olhos fixos que nos encaram, enquanto em sua boca leva uma espécie de mordaça, conhecida como máscara de flandres. Ganhando apreço de religiosos, hoje ela é afamada como a Escrava Anastácia. Não se sabe ao certo a biografia oficial da escrava, o que nos diz respeito a profundas tentativas de silenciamento. O intuito do presente artigo é trazer uma análise através das biografias e imagem de Anastácia, do ponto de vista da teórica e artista Grada Kilomba e dos trabalhos da artista visual Rosana Paulino. Ambas resgatam a imagem de Anastácia e a máscara de flandres para o campo simbólico de maneira a criar uma metáfora sobre os processos de colonização, silenciamentos e como os resquícios dessa violência nos afeta até os dias atuais. 

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Biografia do Autor

Jessy Kerolayne Gonçalves Conceição, Universidade Federal Fluminense

Bacharel em Artes pela Universidade Federal Fluminense (UFF/ RJ) e mestranda no Programa de Pós Graduação em Estudos Contemporâneos das Artes (PPGCA-UFF/RJ). 

Referências

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Sites

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Escrava Anastácia. Wikipédia, a enciclopé-dia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Es-crava_Anastacia. Acesso em 18/3/2019.

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Publicado

2020-01-05

Como Citar

Gonçalves Conceição, J. K. (2020). A máscara não pode ser esquecida. REVISTA POIÉSIS, 21(35), 345-362. https://doi.org/10.22409/poiesis.v21i35.36386