MUNDOS PARALELOS: VIOLÊNCIA, RELIGIOSIDADE E NARCOTRÁFICO NO MÉXICO E NO BRASIL
Resumo
A Santa Muerte é uma entidade religiosa, um símbolo e uma imagem que, no México, é venerada por pessoas cuja vida é marcada por injustiças sociais. Por isso mesmo, ela foi apropriada por membros dos cartéis mexicanos, particularmente por aqueles mais expostos ao mundo do crime e da violência. Essa articulação entre religiosidade e violência no mundo do narcotráfico é uma característica também presente no Brasil. Afetado por uma “guerra às drogas” que, tal como no México, não dá trégua, o Brasil viu nos últimos 40 anos uma insurgência do movimento evangélico neopentecostal, com suas doutrinações caracteristicamente únicas, sobretudo nas periferias das grandes cidades, onde os efeitos mais danosos do narcotráfico e da “guerra às drogas” estão mais presentes e mais visíveis. É justamente nesses territórios que a apropriação e ressignificação de motivos, símbolos, crenças e entidades religiosos são também mais presentes. É assim que os grupos criminosos tentam se desvencilhar da destruição, da violência e do medo: criando seus próprios entendimentos de objetos e crenças sagrados, seja para sua reafirmação, seja, simplesmente, como busca de manutenção da existência num mundo marcado o tempo todo pela presença e proximidade da morte.
Downloads
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta Revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais, de exercício profissional e para gestão pública. A Revista adotou a Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial 4.0 Internacional. Esta licença permite copiar, distribuir e reproduzir em qualquer meio, bem como adaptar, transformar e criar a partir deste material, desde que para fins não comerciais e que seja fornecido o devido crédito aos autores e a fonte, inserido um link para a Licença Creative Commons e indicado se mudanças foram feitas. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou um capítulo de livro).