ENSINO REMOTO EMERGENCIAL E INTERFACES DIGITAIS:
UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR
Palavras-chave:
Letramento digital, Ensino de línguas, Metodologias ativasResumo
Desde março de 2020, o mundo vivencia graves consequências geradas pela pandemia da Covid-19: a crise sanitária agrava as crises econômica e humanitária. No Brasil, a pandemia gera também uma crise na área educacional. Enquanto escolas particulares tiveram que se tornar digitais em um curto espaço de tempo, as escolas públicas não tiveram condição de implementar o que chamamos de ensino remoto emergencial. Sem recursos tecnológicos disponíveis, o ensino público viu aumentar ainda mais a desigualdade entre os alunos. No Colégio Pedro II, com o ano letivo de 2020 suspenso, foram realizadas atividades não presenciais de apoio cognitivo e emocional (segundo definição da portaria escolar nº 1775, de 8 de outubro do mesmo ano), via plataforma institucional, de setembro a dezembro de 2020. Este artigo tem como objetivo descrever e analisar o projeto “Mural interdisciplinar das línguas estrangeiras” realizado, nesse período, pelas disciplinas Espanhol, Francês e Inglês, utilizando murais digitais, com as quatro séries do Ensino Fundamental II. A escolha pelos murais Padlet se justifica pela facilidade de manejo da ferramenta, bem como por proporcionarem um espaço multimodal de autoria. O projeto, idealizado pelas professoras de línguas estrangeiras, reflete uma forma consciente de apropriação do debate sobre educação digital, metodologias ativas, interfaces digitais, que, embora urgente, vinha sendo adiado há tanto tempo, e aponta para o enorme desafio que a educação pública tem pela frente.
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