A Superfície e a Profundidade da Democracia Bissau-Guineense

Autores

  • Mamim Alfissene Baciro Baldé Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.22409/ziz.v3i1.60109

Palavras-chave:

Guiné-Bissau, Transição Democrática, Democracia Procedimental, Democracia Substancial

Resumo

Este artigo examina o processo democrático na Guiné-Bissau, destacando duas dimensões: a formal/processual, que abrange regulamentações político-eleitorais como rotatividade e transparência no poder, e a substantiva, que se concentra na realização dos direitos humanos básicos, como justiça social e igualdade política, a partir do reconhecimento da dignidade humana. O trabalho é de natureza bibliográfica e utiliza uma técnica metodológica qualitativa baseada na revisão da literatura. A conclusão é que a Guiné-Bissau vive uma democracia fictícia, que a nível representativo e procedimental funciona mal, pois apesar de manter um esquema competitivo de agregação de votos, sem respeitar as regras do jogo peca contra a justiça, eleições livres, etc. e a nível participativo e substancial nega a efetiva qualidade democrática para a valorização da participação além do alcance dos mecanismos de representação processual, falha no sentido de melhorar a participação do povo no fortalecimento do poder político por meio da educação, cidadania e acesso à informação.

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Biografia do Autor

Mamim Alfissene Baciro Baldé, Universidade Estadual de Campinas

Doutorando em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

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Publicado

2024-08-01

Como Citar

Baldé, M. A. B. (2024). A Superfície e a Profundidade da Democracia Bissau-Guineense. ZIZ - Revista Discente De Ciência Política, 3(1), e002. https://doi.org/10.22409/ziz.v3i1.60109