Organização: Sancler Ebert (UFF / FMU-FIAAM), Douglas Ostruca (UFRGS) e Agustina Trupia (CONICET-UBA)

*Nova data limite de envio dos textos: 02 de janeiro de 2025

 

As pesquisas sobre as práticas drag e transformistas estão em crescimento no continente latino-americano, como demonstrou o I Simpósio sobre Práticas Transformistas, Drag e Arte, realizado em maio de 2024, numa parceria entre investigadores da Universidade Federal Fluminense, do Brasil, e da Universidad de Buenos Aires, da Argentina. Esse dossiê é um dos frutos desse encontro entre pesquisadores deste campo de estudos.

Longe de se reduzirem a uma imitação de códigos binários de gênero, conforme estabelecido nas definições terminológicas vigentes em dicionários, as montações drag dão a ver expressões artísticas heterogêneas. Além das drag queens e dos drag kings, a arte do transformismo se transforma a partir do encontro com as potências dos corpos que habitam as fronteiras, com as vozes subalternas que insurgem nas margens, com as cosmologias ameríndias e seus saberes ancestrais, com os urros monstruosos provindos de forças anômalas da terra. Neste dossiê, provocamos a pensar sobre as conexões da arte transformista com as mídias audiovisuais em suas diferentes formas e formatos.

No cinema, nas telenovelas, nas séries, mas também em videoclipes, videodanças e videoperformances, desfilam as drag e transformistas dos mais variados estilos. Além de investigações críticas acerca da aparição dessas figuras nos audiovisuais, tendo em vista atravessamentos de gênero, sexualidade, raça e classe, buscamos trabalhos capazes de localizar a imbricação de traços estéticos da arte drag com aspectos da linguagem audiovisual. Em uma via paralela, interessam as pesquisas que localizem as inserções de produtos audiovisuais como parte dos processos de montação. Nesse sentido, destacamos os tutoriais e outras produções audiovisuais encontradas em redes sociais e no YouTube, os quais dão a ver os distintos programas de produção dos corpos. Neles, ficam visíveis os padrões de beleza recorrentes tanto quanto os traços que fogem de tais determinações.

Destacamos também o trabalho coletivo de recomposição das memórias das cenas drag e transformistas, por vezes, apagadas das narrativas históricas dominantes. Nesse eixo de investigação, incluem-se os estudos de materiais de arquivo, indo desde fragmentos encontrados no YouTube até buscas em acervos públicos e privados, como as gravações realizadas por casas noturnas ao longo de décadas e que sequer são conhecidas. Através do encontro com tais audiovisuais, túneis do tempo podem se abrir, reavivando a herança de artistas que há muito exerceram a arte da montação. 

Por fim, ressaltamos as relações intermidiáticas e transmidiáticas entre audiovisuais e práticas de palco, nas quais os audiovisuais participam da performance de artistas; os trabalhos de análise da crítica sobre audiovisuais com drags e transformistas e a dimensão do trabalho de drag e transformistas no universo audiovisual.

A intenção deste dossiê é nutrir os estudos sobre essas manifestações artísticas, com o objetivo de reunir diferentes trabalhos produzidos em português, espanhol e inglês, que demonstram o crescimento que o campo de estudo está tendo na América Latina. Serão bem-vindos artigos, ensaios, entrevistas, resenhas e outros tipos de texto contemplados pelas normas da revista alinhados com os temas aqui propostos.  

A seguir, propomos alguns tópicos que são de interesse para este dossiê, mas que não excluem outros temas que podem ser reunidos nos estudos de cinema e audiovisual em relação a essas práticas artísticas:

  • Audiovisuais como produto: Filmes com personagens drag e transformistas; videoclipes; videoperformances; videodanças; produções audiovisuais para redes sociais.
  • Audiovisuais como parte do processo: As mídias audiovisuais como referências e engatilhadores de processos de montação.
  • Audiovisuais como arquivo: casos em que as produções são estudadas como acervos culturais que compilam registros de práticas drag e transformistas em suas múltiplas dimensões arquivísticas.
  • Audiovisuais em relação às práticas de palco: como, por exemplo, obras audiovisuais incluídas em performances de artistas drag e transformistas; ou a coexistência em edifícios compartilhados de produções de palco e audiovisuais envolvendo essas manifestações artísticas. Nesses casos, é dada atenção à natureza intermidiática ou transmidiática das produções.
  • Audiovisuais em conexão com a crítica: o estudo de materiais jornalísticos ou de crítica especializada é incentivado em relação à leitura e às interpretações de obras audiovisuais que envolvam artistas drags e travestis, tanto na frente quanto atrás das câmeras.
  • Audiovisuais em sua dimensão de trabalho: reflexões que tratam especialmente da dimensão de trabalho (autogestionário, profissional, educacional) de artistas drags e transformistas em relação ao universo audiovisual.

As normas de publicação da revista A barca podem ser encontradas em Submissões

Quaisquer dúvidas, escrever para abarcarevista@gmail.com 

 

ESPAÑOL

Reinas, reyes, monstruos: prácticas transformistas y drag en el cine y el audiovisual 

Organización: Sancler Ebert (UFF / FMU-FIAAM), Douglas Ostruca (UFRGS) y Agustina Trupia (CONICET-UBA)

Fecha límite de envío de los textos: 02 de dezembro de 2024

Las investigaciones sobre las prácticas drag y transformistas están en crecimiento en el continente latinoamericano, tal como lo demostró el I Simposio sobre Prácticas Transformistas, Drag y Arte realizado en mayo de 2024, en una asociación entre investigadores de la Universidad Federal Fluminense de Brasil y la Universidad de Buenos Aires de Argentina. Este dossier es uno de los frutos de ese encuentro entre investigadores de este campo de estudio.

Lejos de reducirse a una imitación de los códigos binarios de género, como establecen las definiciones terminológicas vigentes en los diccionarios, las prácticas drag muestran expresiones artísticas heterogéneas. Además de drag queens y drag kings, el arte del transformismo se transforma a partir del encuentro con las potencias de los cuerpos que habitan las fronteras, con las voces subalternas que emergen en los márgenes, con las cosmologías amerindias y sus saberes ancestrales, con los rugidos monstruosos procedentes de fuerzas anómalas de la tierra. En este dossier, invitamos a pensar sobre las conexiones entre el arte transformista y los medios audiovisuales en sus diferentes formas y formatos.

En el cine, las telenovelas, las series, pero también en videoclips, videodanzas y videoperformances, desfilan drags y transformistas de los más variados estilos. Además de pesquisas críticas sobre la aparición de estas figuras en el audiovisual, teniendo en cuenta las intersecciones de género, sexualidad, raza y clase, buscamos trabajos capaces de localizar la imbricación de los rasgos estéticos del arte drag con aspectos del lenguaje audiovisual. Paralelamente, interesan las investigaciones que localicen las inserciones de productos audiovisuales como parte de los procesos de trucaje. En este sentido, destacamos los tutoriales y otras producciones audiovisuales encontradas en redes sociales y en YouTube, que revelan los diferentes programaciones de producción de los cuerpos.  En ellas son visibles los recurrentes cánones de belleza, así como los rasgos que escapan a tales determinaciones.

También destacamos el trabajo colectivo de recomposición de las memorias de las escenas drag y transformista, a veces borradas de los relatos históricos dominantes. Esta línea de investigación incluye el estudio de materiales de archivo, desde fragmentos encontrados en YouTube hasta búsquedas en colecciones públicas y privadas, como grabaciones realizadas en clubes nocturnos, a lo largo de las décadas y de las que no se tiene conocimiento. A través del encuentro con tales materiales audiovisuales, pueden abrirse túneles del tiempo para revivir el legado de artistas que han practicado durante mucho tiempo el arte de montarse. 

Por último, destacamos las relaciones intermedias y transmedias entre lo audiovisual y las prácticas escénicas, en las que lo audiovisual participa en la performance de artistas; los trabajos de la crítica que analizan los audiovisuales protagonizados por drags y transformistas; y la dimensión del trabajo de drags y transformistas en el universo audiovisual.

La intención de este dossier es nutrir los estudios sobre estas manifestaciones artísticas, con el objetivo de reunir diferentes trabajos producidos en portugués, español e inglés que demuestren el crecimiento que el campo de estudio está experimentando en América Latina. Son bienvenidos artículos, ensayos, entrevistas, reseñas y otros tipos de textos que atiendan a las normas de la revista y estén alineados con los temas aquí propuestos.  

A continuación proponemos algunos temas de interés para este dossier, pero que no excluyen otras temáticas que pueden aglutinar los estudios cinematográficos y audiovisuales en relación con estas prácticas artísticas:

  • El audiovisual como producto: películas con personajes drag y transformistas; videoclips; videoperformances; videodanzas; producciones audiovisuales para redes sociales.
  • Los medios audiovisuales como parte del proceso: los medios audiovisuales como referencias y desencadenantes de procesos de trucaje.
  • El audiovisual como archivo: casos en los que se estudian las producciones como acervos culturales que compilan registros de las prácticas drag y transformistas en sus múltiples dimensiones archivísticas.
  • Audiovisuales en relación con prácticas escénicas: como, por ejemplo, obras audiovisuales incluidas en performances de artistas drag y transformistas; o la convivencia en edificios compartidos de producciones escénicas y audiovisuales que involucren aquellas manifestaciones artísticas. En estos casos, se atiende al carácter intermedial o transmedial de las producciones.
  • Audiovisuales en vinculación con la crítica: se incentiva el estudio de materiales periodísticos o críticas especializadas en torno a la lectura e interpretaciones realizadas de obras audiovisuales que involucran a artistas drag y transformistas, tanto delante como detrás de cámara.
  • Audiovisuales en su dimensión laboral: reflexiones que abordan especialmente la dimensión laboral (autogestiva, profesional, educativa) de artistas drag y transformistas en relación con el universo audiovisual.

Las normas de publicación pueden ser encontradas en la sección Submissões

Por cualquier duda, escribir a abarcarevista@gmail.com