Categorização e Qualificação dos Queijos da Auvergne (França): Relações entre Expertise Científica e os Selos de Denominação de Origem
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2021.i52.a48359Palavras-chave:
Denominações de origem, Construção social da qualidade, expertise científicaResumo
O artigo reflete sobre as appellations d’origine contrôlée, uma das denominações de origem de maior reconhecimento na França. A inserção desse modelo para além do território francês, com o reconhecimento das appellations d’origine protégée junto à União Europeia e à Organização Mundial do Comércio, desencadeou uma série de controvérsias quanto à qualidade alimentar. Na Europa, concomitante à regulamentação dessa certificação para o conjunto de países membros, houve um incentivo para a solidificação da justificativa legal do estatuto privilegiado que as denominações de origem gozavam face às transações comerciais. Nesse contexto, foi estimulado um processo de legitimação dos selos via intensificação de critérios produtivos. Queijos fabricados a partir do leite cru foram qualificados como aqueles capazes de preservar a diversidade sensorial, gustativa e cognitiva do terroir. A partir do método etnográfico e de uma perspectiva dialógica, o presente artigo busca refletir sobre o trabalho de instituições científicas que, inseridas nesse contexto de legitimação das appellations d’origine contrôlée, trabalharam pela viabilidade sanitária dos queijos de leite cru. O objetivo, nesse caso, reside numa análise sobre a influência dos conhecimentos científicos na categorização e qualificação da produção alimentar. Como conclusão, o artigo observa que, diferentemente dos casos em que o conhecimento científico é acionado para assegurar a inocuidade das inovações tecnológicas no mercado alimentar, a expertise científica se volta para a legitimação do que é considerado uma produção tradicional.
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