“Para nós o Degase é um meio de vida e não de morte”: a reivindicação por direitos mediante a vitimização dos agentes de segurança socioeducativa

Autores

  • Marco Antonio Corrêa da Silva Junior Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito, Universidade Federal Fluminense https://orcid.org/0009-0006-1133-0664

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56635

Palavras-chave:

Agente de segurança socioeducativa, Vítima, Adolescente em conflito com a lei, Segurança pública.

Resumo

O presente artigo é um recorte de uma pesquisa em andamento sobre o processo de inserção dos agentes de segurança socioeducativa do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) no âmbito da segurança pública. A hipótese inicial deste recorte é que a supracitada categoria se utiliza da divulgação de episódios de violências físicas sofridas pelos agentes para evidenciar a periculosidade de sua profissão e, com isso, angariar apoio da opinião pública na busca por direitos concernentes às categorias da segurança pública. Com o objetivo de avaliar a supracitada hipótese foram utilizados os procedimentos metodológicos de uma etnografia de ambiente virtual e da observação participante no complexo de unidades de cumprimento de medidas socioeducativas da Ilha do Governador. Os principais objetivos deste trabalho são: apresentar como os agentes de segurança socioeducativa equiparam suas atribuições e seus respectivos riscos às atribuições dos profissionais pertencentes ao âmbito da segurança pública; demonstrar a dificuldade de inserção do agente do Degase na categoria de vítima; apontar o fato de que o adolescente em conflito com a lei é identificado como o algoz da categoria dos agentes; e interpretar qual a estratégia adotada pelos agentes, por intermédio de seu sindicato, para conquistar direitos vinculados às categorias da segurança pública. Conclui-se, a partir da análise dos dados de pesquisa, que o agente de segurança socioeducativa utiliza-se da apresentação da periculosidade do adolescente em conflito com a lei para demonstrar o risco de sua profissão e, consequentemente, demandar direitos em reparação aos danos sofridos.

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Biografia do Autor

Marco Antonio Corrêa da Silva Junior, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito, Universidade Federal Fluminense

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito pela Universidade Federal Fluminense.

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Publicado

2023-12-01

Como Citar

Silva Junior, M. A. C. da. (2023). “Para nós o Degase é um meio de vida e não de morte”: a reivindicação por direitos mediante a vitimização dos agentes de segurança socioeducativa. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia. https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56635

Edição

Seção

Dossiê Temático