Fascismo atmosférico: reflexiones sobre la cronopolítica de Bolsonaro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a59314

Palabras clave:

Tempo, Soberania, Atmosferas, Extrema-Direita.

Resumen

Este artigo mobiliza o conceito de atmosferas para analisar o bolsonarismo enquanto cronopolítica, um modo de fazer tempo e mobilizar públicos através do clima político. Sua capacidade de gestar e gerir atmosferas e corpos ansiosos é abordada a partir da ameaça longitudinal de golpe de estado no Brasil. Examinamos as afinidades entre esse movimento político e modulações da soberania/exceção associadas ao populismo, fascismo e messianismo. A seguir, exploramos como a sua violência descende ao ordinário através do contágio mimético entre Forças Armadas, líder e povo. Por fim, e com ênfase nos eventos de 7 de setembro de 2021, destacamos como o movimento prioriza afetos pré-objetivos como a ameaça, a prontidão, a indecisão e a preempção – cuja ausência de referentes precisos os eleva a verdadeiras forças elementais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Bruno Reinhardt, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor Adjunto na Universidade Federal de Santa Catarina. Doutor em Antropologia pela University of California.

Letícia Cesarino, Universidade Federal de Santa Catarina

Professora Adjunta na Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Antropologia pela University of California.

Citas

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

AGAMBEN, Giorgio. The Mystery of Evil: Benedict XVI and the End of Days. Stanford: Stanford University Press, 2017.

ARAÚJO, Ernesto. Viva a polarização. In: MENDES, Lucas (org.). Globalismo, Metapolítica e o Brasil: Artigos reunidos de Ernesto Araújo. E-book, Mimeo, 2018. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/521335412/Ernesto-Araujo-Globalismo-e-o-Brasil-Artigos-Reunidos. Acesso em: 05 jun. 2024.

ARENDT, Hannah. The Life of the Mind. New York: Harcourt, 1981.

BATESON, Gregory. Uma teoria sobre a brincadeira e fantasia. In: BATESON, Gregory. Sociolingüística Interacional: Antropologia, Lingüística e Sociologia em Análise do Discurso. Porto Alegre: AGE, 1998. p. 57-69.

BÖHME, Gernot. The Aesthetics of Atmospheres. London, Routledge, 2017.

BILLE, Mikkel; BJERREGAARD, Peter; SORENSEN, Tim. Staging atmospheres: Materiality, culture, and the texture of the in-between. Emotion, Space and Society, London, v. 15, p. 31-38, 2015. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1755458614000735. Acesso em: 05 jun. 2024.

BLOCH, Ernst. Nonsynchronism and the Obligation to Its Dialectics. New German Critique, Durham, v. 11, p. 22-38, 1997.

BROWN, Wendy. In the ruins of Neoliberalism: the rise of antidemocratic Politics in the West. New York: Columbia University Press, 2019.

BUTLER, Judith. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo: Editora Unesp, 2021.

CASTRO, Celso. Exército e nação: estudos sobre a história do Exército Brasileiro. Rio de Janeiro: FGV, 2012.

CESARINO, Letícia. “Tropical Trump”: Illiberal Politics and the digital life of corruption in Brazil. In: GOLDSTEIN, Donna; DRYBREAD, Kirsten (org.). Corruption and Illiberal Politics in the Trump Era. New York: Routledge, 2022a. p. 162-181.

CESARINO, Letícia. O mundo do avesso: Verdade e política na era digital. São Paulo: Ubu, 2022b.

CHUN, Wendy. Updating to remain the same: habitual new media. Cambridge: MIT Press, 2016.

CODATO, Adriano. Uma história política da transição brasileira: da ditadura militar à democracia. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 25, p. 83-106, 2005.

CONNOLLY, William. Why I Am Not a Secularist. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2000.

CONNOLLY, William. Neuropolitics: thinking, culture, speed. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2002.

CONNOLLY, William. Aspirational Fascism: the struggle for multifaceted Democracy under Trumpism. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2017.

CONNOLLY, William. Bodily stresses, cultural drives, fascist contagions. Theory & Event, Baltimore, v. 25, n. 3, p. 689-709, 2022. Disponível em: https://muse.jhu.edu/article/860523/pdf. Acesso em: 05 jun. 2024.

DE ABREU, Maria José. Acts is acts: Tautology and Theo-political Form. Social Analysis, New York, v. 64, n. 4, p. 42-59, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.3167/sa.2020.640403. Acesso em: 15 jun. 2024.

DE LA TORRE, Carlos. Populism and the politics of the extraordinary in Latin America. Journal of Political Ideologies, Abingdon-on-Thames, v. 21, n. 2, p. 121-139, 2016. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13569317.2016.1150137. Acesso em: 05 jun. 2024.

DELANDA, Manuel. Space: extensive and intensive, actual and virtual. In: BUCHANAN, Ian; LAMBERT, Gregg (org.). Deleuze and Space. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2005. p. 80-88.

DERRIDA, Jacques. Specters of Marx: the state of the debt, the work of mourning and the New International. Nova York: Routledge, 2006.

EMPOLI, Giuliano Da. Os engenheiros do caos. São Paulo: Vestígio, 2019.

FASSIN, Didier; VASQUEZ, Paula. Humanitarian exception as the rule: the political theology of the 1999 “Tragedia” in Venezuela. American Ethnologist, New York, v. 32, p. 389-405, 2005.

FINCHELSTEIN, Federico. Do fascismo ao populismo na história. Lisboa: Edições 70, 2020.

FRASER, Nancy. O Velho Está Morrendo e o Novo Não Pode Nascer. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.

GELL, Alfred. Technology and magic. Anthropology Today, Hoboken, v. 4, n. 2, p. 6-9, 1988.

HANSEN, Mark. New Media. In: HANSEN, W. J. T.; MARK, B. N. Critical Terms for Media Studies. Chicago: University of Chicago Press, 2010. p. 172-185.

HOBBES, Thomas. O Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1974.

KOSELLECK, Reinhart. Crisis. Journal of the History of Ideas, Philadelphia, v. 67, n. 2, p. 357-400, 2006.

KOTSKO, Adam. The Prince of this World. Stanford: Stanford University Press, 2016.

LACLAU, Ernesto. A Razão Populista. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

LEFORT, Claude. A invenção democrática: os limites do totalitarismo. Editora Brasiliense. São Paulo, 1981.

LEFORT, Claude. Pensando o político: ensaios sobre democracia, revolução e liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

LEIRNER, Piero. Hybrid warfare in Brazil: The highest stage of the military insurgency. HAU: Journal of Ethnographic Theory, Chicago, v. 10, n. 1, p. 41-49, 2020. Disponível em: https://www.haujournal.org/index.php/hau/article/view/1410. Acesso em: 05 jun. 2024.

LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio. Uma leitura das teses “Sobre o conceito de História”. São Paulo, Boitempo, 2005.

MASSUMI, Brian. Ontopower: war, powers, and the state of perception. Durham: Duke University Press, 2015.

MITCHELL, Dean. Cruel pessimism: the affect of anticorruption and the end of the new Brazilian middle class. In: MITCHELL, Dean. Precarious democracy: ethnographies of hope, despair, and resistance in Brazil. New Brunswick: Rutgers University Press, 2021. p. 79-90.

MORRIS, Rosalind. Theses on the New Öffentlichkeit. Grey Room, Cambridge, v. 51, p. 94-111, 2013. Disponível em: https://direct.mit.edu/grey/article/doi/10.1162/GREY_a_00108/10660/Theses-on-the-New-Offentlichkeit. Acesso em: 05 jun. 2024.

MOUFFE, Chantal. The democratic paradox. Londres: Verso, 2000.

MUDDE, Cas. The Far Right Today. Cambridge: Polity, 2019.

OSTOVICH, Steven. Carl Schmitt, Political Theology, and Eschatology. KronoScope, Leiden, v. 7, n. 1, p. 49-66, 2007.

PAULANI, Leda. Brasil Delivery: servidão financeira e estado de emergência econômico. São Paulo: Boitempo, 2008.

PAXTON, Robert. The anatomy of fascism. Nova York: Random House, 2004.

PETERS, John Durham. The Marvelous Clouds: Toward a Philosophy of Elemental Media. Chicago: University of Chicago Press, 2015.

REINHARDT, Bruno. Desagregando a mediação: tecnologias e atmosferas religiosas. Mana, Rio de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 1-33, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1678-49442020v26n2a203. Acesso em: 05 jun. 2024.

REINHARDT, Bruno. Spirited Pedagogy: learning and simultaneity in Pentecostalism. In: ESPÍRITO SANTO, Diana; SHAPIRO, Matan (ed.). The Dynamic Cosmos: movement, paradox, and experimentation in the Anthropology of spirit possession. London: Bloomsbury, 2022. p. 91-104.

ROITMAN, Janet. The stakes of crisis. In: KJAER, Paul; OLSEN, Niklas (ed.). Critical Theories of Crisis in Europe. Lanham: Rowman & Littlefield International, 2016. p. 17-34.

SCHMITT, Carl. Teologia política. Belo Horizonte: Del Rey, 2006.

SEAVER, Nick. Computing taste: algorithms and the makers of music recommendation. Chicago: University of Chicago Press, 2022.

SOUZA, Maria do Carmo. A Nova República sobre a espada de Dâmocles. In: STEPAN, Alfred (org.). Democratizando o Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1988. p. 563-627.

STEWART, Kathleen. Atmospheric attunements. Environment and planning D: society and space, Thousand Oaks, v. 29, n. 3, p. 445-453, 2011. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1068/d9109. Acesso em: 05 jun. 2024.

TELLENBACH, Hurbertus. Tasting and Smelling – Taste and Atmosphere – Atmosphere and. Trust. Journal of Phenomenological Psychology, [S. l.], v. 12, n. 2, p. 221–230, 1981.

TEITELBAUM, Benjamin. Guerra pela eternidade: o retorno do tradicionalismo e a ascensão da direita populista. Campinas: Editora Unicamp, 2022.

WEBER, Samuel. Taking Exception to Decision: Walter Benjamin and Carl Schmitt. Diacritics, Baltimore, v. 22, n. 3-4, p. 5-18, 1992.

Publicado

2024-08-01

Cómo citar

Reinhardt, B., & Cesarino, L. (2024). Fascismo atmosférico: reflexiones sobre la cronopolítica de Bolsonaro. Antropolítica - Revista Contemporânea De Antropologia, 56(2). https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a59314

Número

Sección

Dossiê Temático