Arte, rua e culturas juvenis: circuitos da etnobiografia – Eu mermo Eduardo Africano
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a60023Palavras-chave:
Culturas Juvenis, Práticas Artísticas, Intervenções Estéticas, Hip-hop, Etnobiografia.Resumo
Este artigo versa sobre culturas juvenis traçadas em percursos de ruptura família-casa-rua. Ele tem por objetivo compreender de que modo tais percursos possibilitam experiências de reelaboração das linguagens de si e do mundo, e a projeção de singulares trajetórias artísticas. Trata-se de um estudo metodológico de natureza etnobiográfica. Por meio da singularidade da trajetória de um emblemático jovem denominado Eduardo Africano, pôde-se abrir espaço para a compreensão da realidade sociocultural de tantos outros considerados parte da geração Nem, Nem, Nem (NNN). O artigo destaca o considerável número de juventudes que se situa em denominadas e estigmatizadas zonas de perigo, geográficas e morais. Africano, negro, morador de periferia, tendo passagem pelas medidas socioeducativas em meio fechado, pelo extensivo tempo de moradia na rua, poderia potencialmente ter se perpetuado no quadro das estatísticas do NNN. Seguindo um percurso singular, ele contraria as estatísticas, torna-se: eu mermo. Em suas linhas finais e conclusivas, o artigo aponta para a vida como matéria da arte, bem traduzindo aquilo que Rancière (2005) denominará de “partilha do sensível”.
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