Being a researcher, being a witness: dilemmas and potentialities of ethnographic practice in contexts of violence and criminalization
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2025.v57.i1.a64185Keywords:
Ethnography, Violence, Witness, Reflexivity, Corporality.Abstract
In this article, we weave a dialogue between five ethnographers who carry out research in contexts of violence, precariousness, criminalization and incarceration. We start from the assumption that these characteristics not only strain the experiences and daily lives of those with whom we interact, but also impact and inform our research fields and practices, acquiring a productive dimension. Based on the description of four scenes and an interview report – marked by different places, interlocutors and conditions – we expose their articulations through three analytical vectors, separated from each other as heuristic resources: research as testimony, reflexivity on ethnographic practice and the corporality of the researchers. Guided by these thematic axes, we carried out a purposeful debate on epistemological, methodological and political dilemmas and potentialities of ethnography in contexts of violence and criminalization. Considering them in their productive dimension means understanding how what is witnessed to us relates to our positions in the field and to the way we communicate and make ourselves understood in relation to the expectations and assumptions that relate to these positions. The article demonstrates how being a researcher and witness of violence can bring productive dimensions both in the scope of scientific research and in the daily engagements and struggles with interlocutors who experience and react to situations of violence.
Downloads
References
ALMEIDA, Matheus de Araújo. Do luto à luta: o Movimento Mães de Maio da Baixada Santista de São Paulo. 2021. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021.
AQUINO, Jania; HIRATA, Daniel. Inserções etnográficas ao universo do crime: algumas considerações sobre pesquisas realizadas no Brasil entre 2000 e 2017. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, São Paulo, n. 84, v. 2, p. 107-147, 2018. Disponível em: https://geni.uff.br/2021/03/26/insercoes-etnograficas-ao-universo-do-crime-algumas-consideracoes-sobre-pesquisas-realizadas-no-brasil-entre-2000-e-2017/. Acesso em: 11 mar. 2025.
BARROS, Betina Warmling. A coerência da crueldade: os significados da violência extrema para os envolvidos no tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. 2020. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020.
BIONDI, Karina. Junto e misturado: uma etnografia do PCC. São Paulo: Terceiro Nome, 2018.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. Cadernos Pagu, Campinas, n. 26, p. 329-376, 2006. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644745. Acesso em: 11 mar. 2025.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CIPRIANI, Marcelli. Os coletivos criminais de Porto Alegre entre a “paz” na prisão e a guerra na rua. São Paulo: Hucitec, 2021.
DAS, Veena. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade. Cadernos Pagu, Campinas, n. 37, p. 9-41, 2011. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645006. Acesso em: 11 mar. 2025.
DAS, Veena. Vida e palavras: A violência e sua descida no cotidiano. São Paulo: Editora Unifesp, 2020.
DAS, Veena. Wittgenstein and Anthropology. Annual Review of Anthropology, San Mateo, v. 27, p. 171-195, 1998.
FARIAS, Juliana; LAGO, Nathalia; EFREM FILHO, Roberto. Mães e lutas por justiça. Encontros entre produção de conhecimento, ativismos e democracia. Sexualidad, Salud y Sociedad – Revista Latinoamericana, Rio de Janeiro, n. 36, p. 146-180, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sess/a/NFsvcFnDTC8WX388M8YdysD/. Acesso em: 11 mar. 2025.
FELTRAN, Gabriel. A categoria como intervalo – a diferença entre essência e desconstrução. Cadernos Pagu, Campinas, v. 51, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cpa/a/GLxSf7VNLPPKtRwfjkS3Nfr/abstract/?lang=pt. Acesso em: 11 mar. 2025.
FONSECA, Cláudia. O anonimato e o texto antropológico. Teoria e Cultura, Juiz de Fora, v. 2, n. 1 e2, p. 39-53, 2008.
F AVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Tradução de Paula Siqueira. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 13, p. 155-16, 2005.
GODOI, Rafael; CAMPOS, Marcelo da Silveira; MALLART, Fábio; CAMPELLO, Ricardo. Epistemopolíticas do dispositivo carcerário paulista: Refletindo sobre experiências de pesquisa-intervenção junto à Pastoral Carcerária. Revista de Estudos Empíricos em Direito, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 143-158, 2020. Disponível em: https://reedrevista.org/reed/article/view/332. Acesso em: 12 mar. 2025.
GOLDMAN, Marcio. Alteridade e experiência: antropologia e teoria etnográfica. Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, [s. l.], v. 10, n. 1, p. 159-173, 2006.
GRUPO DE PESQUISA CIDADE E TRABALHO. (Micro)políticas da vida em tempos de urgência. Dilemas, Reflexões na Pandemia, [s. l.], 2020. Disponível em: https://www.reflexpandemia.org/texto-59. Acesso em: 12 mar. 2025.
HANSON, Rebeca; RICHARDS, Patricia. Harassed: gender, bodies and ethnographic research. Oakland: University of California Press, 2019.
HARAWAY, Donna. “Gender” for a Marxist Dictionary: the Sexual Politics of a Word. In: HARAWAY, Donna. Simians, Cyborgs, and Women: The Reinvention of Nature. London: Free Association Books, 1991. p. 127-148.
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 7-41, 2009.
INGOLD, Tim. That’s enough about ethnography! Journal of Ethnographic Theory, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 383-395, 2014. Disponível em: https://www.haujournal.org/index.php/hau/article/view/hau4.1.021. Acesso em: 12 mar. 2025.
LATOUR, Bruno. Faturas/fraturas: da noção de rede à noção de vínculo. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 17, n. 2, p. 123-146, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2015v17n2p123. Acesso em: 11 mar. 2025.
MALVASI, Paulo; SALLA, Fernando; MALLART, Fábio; MELO, Rodrigo. Saberes da encruzilhada: Militância, pesquisa e política no sistema socioeducativo. Etnográfica: Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, [s. l.], v. 22, n. 1, p. 75- 96, 2018. Disponível em: https://journals.openedition.org/etnografica/5157. Acesso em: 11 mar. 2025.
MILLER, Theresa. “Listen to your mother”: negotiating gender-based safe spaces during fieldwork. Journal of the Anthropological Society of Oxford, Oxford, v. 7, n. 1, p. 80-87, 2015. Disponível em: https://ora.ox.ac.uk/objects/uuid:582b58d8-92c3-479b-a60b-b58078e44231/files/rv979v450f . Acesso em: 11 mar. 2025.
MISSE, Michel. Crime, sujeito e sujeição criminal: aspectos de uma contribuição analítica sobre a categoria “bandido”. Lua Nova, São Paulo, n. 79, p. 15-38, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ln/a/sv7ZDmyGK9RymzJ47rD5jCx/abstract/?lang=pt. Acesso em: 11 mar. 2025.
PADOVANI, Natália Corazza. Tráfico de mulheres nas portarias das prisões ou dispositivos de segurança e gênero nos processos de produção das “classes perigosas”. Cadernos Pagu, Campinas, v. 51, 2017. Disponível em: https://www.academia.edu/123384307/Tr%C3%A1fico_de_mulheres_nas_portarias_das_pris%C3%B5es_ou_dispositivos_de_seguran%C3%A7a_e_g%C3%AAnero_nos_processos_de_produ%C3%A7%C3%A3o_das_classes_perigosas_. Acesso em: 11 mar. 2025.
PARREIRAS, Carolina. Vulnerabilidades, dilemas e dores: fragmentos de uma pesquisadora das/nas violências. Cadernos de Campo, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 274-329, 2018. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/142127. Acesso em: 11 mar. 2025.
PINHO, Isabela Vianna. Casa de mulher: os circuitos cotidianos de cuidado, dinheiro e violência em São Carlos/SP. 2019. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2019.
PUGLISI, Rodolfo. Etnografía y participación corporal: Contribuciones metodológicas para el trabajo de campo. Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social, Buenos Aires, v. 9, n. 17, p. 20-35, 2019. Disponível em: http://www.relmis.com.ar/ojs/index.php/relmis/article/view/20. Acesso em: 11 mar. 2025.
RUSHDIE, Salman. Faca: reflexões sobre um atentado. São Paulo: Companhia das Letras, 2024.
TELLES, Vera da Silva; GODOI, Rafael; BRITO, Juliana Machado; MALLART, Fábio. Combatendo o encarceramento em massa, lutando pela vida. Caderno CRH, Salvador, v. 33, p. 1-16, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/crh/article/view/32931. Acesso em: 11 mar. 2025.
TREVAS, Juliana Torres Y Plá. Mulheres, afetos e estratégias de sobrevivência em prisões de Pernambuco. 2023. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2025 Ada Rízia Barbosa de Carvalho, Isabela Vianna Pinho, Marcelli Cipriani, Juliana Torres y Plá Trevas, Alana Barros Santos

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O conteúdo da revista Antropolítica, em sua totalidade, está licenciado sob uma Licença Creative Commons de atribuição CC-BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt).
De acordo com a licença os seguintes direitos são concedidos:
- Compartilhar – copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato;
- Adaptar – remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial;
- O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
- Atribuição – Você deve informar o crédito adequado, fornecer um link para a licença e indicar se alterações foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer maneira razoável, mas de modo algo que sugira que o licenciante o apoia ou aprova seu uso;
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.