A vida de um monumento: arquitetura, memória e transformação
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2015.0i38.a41689Keywords:
Arquitetura, Memória, Etnografia,Abstract
Neste artigo, discuto uma perspectiva sobre o conceito de memória que emerge na rotina de conservação de um monumento arquitetônico – o Palácio Gustavo Capanema. Através da exposição de episódios de trabalho de campo, apresento e descrevo uma “memória cotidiana”, que se vale de experiências concretas e individuais do monumento e é operada diante da evidência de transformações materiais. Ela contrasta com a “memória monumental”, que privilegia as imagens abstratas do projeto para este edifício e depende de sua estabilidade material. Sugiro que se, de um lado, a “perspectiva monumental” comporta memórias concluídas, de outro, a “perspectiva cotidiana” de memória organiza narrativas biográficas do edifício que se encontram em permanente elaboração. E que, longe de conformar dimensões separadas, tais perspectivas sobre “memória” participam das mesmas ações, fazendo-se em curso de modo inseparável na rotina de seus agentes.
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