Patrimônio cultural em disputa: ações de preservação e resistência nos territórios atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a56626Palabras clave:
Rompimento de barragem, Reparação de danos, Território, Patrimônio cultural.Resumen
O rompimento da barragem de rejeitos de minério denominada Fundão, sob responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP, ocorrido no município de Mariana (MG), em 5 de novembro de 2015, além de várias outras consequências, atingiu os modos e projetos de vida das vítimas e resultou em danos ao patrimônio cultural. Desde então, empresas e instituições públicas vêm desenvolvendo ações no campo da preservação patrimonial, no entanto nem sempre a partir do efetivo diálogo com a população atingida. Assim, o presente artigo apresenta um panorama geral dessas ações e busca enfatizar a relação das vítimas com os territórios atingidos pelos rejeitos, que se fortalece por meio de práticas socioculturais e movimentos de resistência desenvolvidos por elas desde o desastre. A metodologia inclui pesquisa empírica junto às comunidades atingidas, com destaque para o acompanhamento das festas e dos encontros realizados nos territórios atingidos; coleta de relatos de vítimas do desastre a partir do jornal A Sirene; e pesquisa bibliográfica e documental. Em um contexto de contínua violação de direitos, a luta pelo direito ao patrimônio cultural se expressa na reapropriação dos territórios atingidos enquanto lugares de memórias das vítimas do desastre.
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