Juventudes e documentário em Visionários da Quebrada: cidade, espaço-tempo, fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i2.a60069Palabras clave:
Juventudes, Documentário, Cidades, Estudos Culturais e Pós-Coloniais.Resumen
Este artigo examina em que medida o documentário Visionários da Quebrada (2018, 90’, dir. Ana Carolina Martins), com suas formas específicas de produção e circulação, constrói discursos contra-hegemônicos em relação à invisibilização, estigmas e estereótipos que recaem sobre territórios periféricos de São Paulo e seus habitantes. O filme é realizado por um coletivo de jovens que fomenta o pensamento crítico sobre a constituição da cidade, cuja relação espaço-temporal é, desde o período colonial, marcada pela segregação e pelo racismo. O estudo de caso, de base qualitativa e interdisciplinar, analisa como Visionários da Quebrada — tanto pela narrativa fílmica quanto por sua estratégia de distribuição — convoca o público a se afetar pela cidade, conhecê-la criticamente e questionar divisões, segregações e processos de invisibilização construídos historicamente pela branquitude e suas expressões na organização do território. Fundamentado nos Estudos Culturais e Pós-Coloniais (assim como em suas reverberações latino-americanas), além de outras referências dos campos da História, da Comunicação e da Antropologia, o artigo se aproxima de uma perspectiva de antropologia visual que aborda o audiovisual, em particular o cinema, como ferramenta de grande importância na construção de identidades e cidadanias.
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