Morte e luta, silêncio e voz: o caso do assassinato do guardião indígena Paulo Paulino Guajajara, no Maranhão
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https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56278Mots-clés:
Morte e luta, Movimento indígena, Decolonialidade, Terra Indígena Arariboia.Résumé
O artigo objetiva analisar o caso do assassinato do indígena Paulo Paulino Guajajara, guardião da floresta na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, bem como seu contexto e seus desdobramentos na atuação do movimento indígena. Partimos do pensamento decolonial, relacionando-o aos conceitos de necropolítica e homo sacer, num cenário de estado de exceção. Além de discutirmos categorias, utilizamos técnicas da etnografia na recolha dos dados: observação, pesquisa de declarações públicas, documentos e arquivos digitais. O Maranhão se caracteriza como o espaço em que a colonialidade/modernidade desconsiderou as experiências e histórias locais de povos e comunidades – atingidas por tentativas de degradação, silenciamento e morte de sujeitos cuja humanidade fora desconsiderada. Nesse cenário, os indígenas, organizados em um movimento, articulam a luta por justiça e direitos. Assim, o assassinato de Paulo Paulino foi mobilizado pelo movimento indígena como instrumento de luta e enunciado como resistência à colonialidade. Atravessado por projetos de modernidade e pelo capital internacional, o Maranhão é também um espaço de decolonialidade, de enunciação de experiências que não têm lugar na lógica de modernidade lançada sobre esse espaço, seus recursos e povos.
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