Mulheres, médicos, ativismo e Estado: a produção da violência obstétrica

Auteurs

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https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a56481

Mots-clés:

Violência obstétrica, Obstetras, Parturientes, Vítimas.

Résumé

O objetivo deste artigo visa aborda o modo como se dá a produção de um conceito que tem sido alvo de controvérsias que revelam os conflitos entre os campos médico, político, jurídico e das ativistas dos movimentos sociais em prol dos direitos reprodutivos das mulheres. Abordaremos essas controvérsias especificamente entre entidades médicas e ativistas do parto humanizado. O contexto histórico e político é o da gestão do presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), no qual os direitos humanos, entre eles o das mulheres e o dos direitos reprodutivos, foram seriamente abalados. Os dados apresentados aqui referem-se a entrevistas, observações de sessões clínicas e análise de documentos sobre o assunto que revelam os diferentes interesses desses campos, onde há uma disputa pela legitimidade dos atores diretamente envolvidos – obstetras e parturientes – como vítimas. Nossa compreensão é que a violência obstétrica, de difícil consenso entre entidades médicas e vítimas, deve ser amplamente discutida entre as partes de forma não competitiva e que as gestantes e parturientes conheçam e lutem por seus direitos. Da mesma forma, o Estado deve propiciar condições e infraestrutura adequada para o trabalho de obstetras para que a assistência ao parto se concretize de forma digna.

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Bibliographies de l'auteur

Jaqueline Ferreira, Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora Associada de Ciências Sociais e Humanas do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutora em Antropologia Social pela École des Hautes Études en Sciences Sociales.

Stephania Klujsza, Instituto de Estudos em Saúde Coletiva, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós-doutoranda pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutora em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense.

Publiée

2024-01-16

Numéro

Rubrique

Artigos