Apresentação: “Entre a tradição e a inovação”: tensões e negociações entre as categorias religião, secular e patrimônio em contextos lusófonos

Auteurs

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https://doi.org/10.22409/antropolitica.i.a62098

Mots-clés:

Religião, Secular, Patrimônio.

Résumé

A estrutura do dossiê foi modelada com base em estudos nos quais práticas religiosas e seculares são abordadas de maneira interligada, evitando sua análise isolada ou encará-los como termos descritivos neutros. Em vez disso, foram tratadas como elementos intrínsecos ao próprio objeto de investigação ou como ferramentas analíticas que se conectam a outras categorias relevantes, como patrimônio, modernidade e nação. Nosso objetivo era compilar etnografias que destacassem as novas dinâmicas em que “sacralidade e secularidade se informam, reforçam e transbordam uma para a outra”, especialmente nos processos de “patrimonialização do sagrado” e “sacralização do patrimônio”. Partimos do conceito de “sagrado secular”, que abrange os processos entrelaçados de secularização e sacralização. Nesse contexto, ideias, sentimentos, emoções, motivações, experiências, percepções sobre pessoas, objetos, imagens, representações ou lugares se entrelaçam, se fundem e, por vezes, entram em conflito. Essa abordagem foi inspirada no insight de Talal Asad e Saba Mahmood de que o regime secular não se opõe necessariamente à religião. A base dessa perspectiva reside na compreensão da religião como um processo de construção social complexo, que entrelaça história e poder. Isso permite identificar múltiplos agentes sociais competindo na construção de suas fontes de autoridade, reivindicando a “herança” por meio de discursos e práticas. Portanto nosso enfoque não se volta para a separação entre categorias tais como religião e secular, mas sim para o modo como elas participam dos processos de sacralização e dessacralização dos empreendimentos patrimoniais.

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Bibliographies de l'auteur

Bruno Ferraz Bartel, Programa de Pós-graduação em Antropologia, Universidade Federal do Piauí

Professor do Programa de Pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal do Piauí. Doutor em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense.

Clara Saraiva, Instituto de Ciências Sociais, Universidade de Lisboa

Investigadora sénior no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutora em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa.

Publiée

2024-04-01

Numéro

Rubrique

Dossiê Temático