“Agora quer ser rica?”: negociações cotidianas sobre classe e mobilidade social entre estudantes universitárias
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2020.i50.a42062Palavras-chave:
Classe, Mobilidade social, Estudantes, Ensino superior, Marcadores sociais da diferençaResumo
O objetivo do artigo é refletir sobre narrativas cotidianas de classe e mobilidade social a partir da experiência universitária de estudantes mulheres em duas faculdades privadas na cidade de São Paulo (SP). Em comum, todas as estudantes são a primeira geração de suas famílias a cursar essa etapa de ensino. A partir de pesquisa etnográfica realizada com 21 estudantes entre 2015 e 2018, selecionei narrativas presenciais (por meio de entrevistas e conversas) e narrativas online (por meio de debates escritos e imagéticos em redes sociais) a fim de refletir sobre as negociações em relação aos marcadores de classe social e às perspectivas de mobilidade. O artigo destaca, em primeiro lugar, como as percepções de classe são negociadas no cotidiano, ora aparecendo por meio de um sistema binário de classificação – “pobres” versus “ricos” -, ora aparecendo por meio de categorias mais nuançadas, com ênfase nas frações médias. Em segundo lugar, analisa as expectativas cotidianas sobre mobilidade social, tendo em vista que, mais do que o desejo de ascender socialmente, as estudantes tinham como meta conseguir “trabalhar na área”, revelando a polissemia da busca do diploma, mesmo em um contexto marcado por expansão e subsequente crise do ensino superior no Brasil.
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