Uma situação sem precedentes? Temporalidades e políticas da “pior crise da saúde pública” no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2022.i2.a49099Palavras-chave:
Crise, Saúde, SUS, Administração PúblicaResumo
No final de 2015, os médicos da rede estadual de saúde do Rio de Janeiro entraram em “estado de greve”, e o então governador, Luiz Fernando Pezão, decretou “estado de emergência”, dando início ao que inúmeros atores envolvidos na discussão classificam como “a pior crise de saúde pública” vivenciada no estado. A partir do mapeamento de notícias de jornal, entrevistas públicas, comunicados, informes oficiais etc., pretendo discutir de que maneira se produziu certa definição hegemônica da crise e como a declaração de uma “crise na saúde pública” é uma operação política-administrativa que serve a determinados propósitos. Ao olhar com um certo distanciamento para o passado, o presente e o futuro, construo um argumento que localiza a crise não apenas enquanto um projeto específico de “desmonte do SUS”, mas também como um elemento que caracteriza um modo de governo histórico no Brasil.
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