São João está dormindo
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2022.i3.a55349Palavras-chave:
São João, Festa junina, Festa, Covid 19, Pandemia.Resumo
Até o fatídico ano de 2020, a festa junina ocupava um espaço de grande importância no calendário festivo anual do Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Com a pandemia de covid-19 e o cancelamento das celebrações em 2020 e 2021, toda a sua cadeia criativa e produtiva foi comprometida, desde os agentes da “pequena festa” até os grandes negócios ligados a turismo, indústria, transporte, bebidas e alimentos. Discutindo diversos artigos da mídia digital disponíveis na internet durante a pandemia, vimos como a suspensão da festa por dois anos atingiu os impressionantes rendimentos destes últimos setores. Ultrapassando os efeitos financeiros e econômicos, nossa leitura se aproximou dos relatos daqueles que sentiram de modo mais crítico o cancelamento das festas: artistas, artesãos, técnicos e toda a cadeia criativa organizada principalmente em torno do forró e das quadrilhas juninas. Inúmeros, esses protagonistas foram os mais vitimados no provimento da subvenção de demandas urgentes, como a alimentação diária e os recursos fundamentais à proteção contra a covid-19. E eles não pararam de comemorar, reagindo às inúmeras limitações desses dois anos atípicos. A Lei Aldir Blanc foi uma das respostas nacionais dos setores culturais e artísticos: com responsabilidade sanitária, foi possível seguir criando e celebrando. Funcionou a velha tática junina conhecida por todos: festejar “sem despertar o vírus”, assim como se faz com São João. O que os santos São José, São Pedro, Santo Antônio e Santa Isabel têm a ver com tudo isso?
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