“Civil para dentro e militar para fora”: instituições, identidades e interesses em disputa na Guarda Civil Municipal De Niterói
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2023.i1.a55896Palavras-chave:
Guarda Civil Municipal, Segurança Pública, Militarização, InstituiçõesResumo
Este artigo objetiva descrever e analisar o processo de discussão pública acerca da adoção do uso de armas letais por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) de Niterói. Para tanto, utilizo por base o material construído ao longo do trabalho de campo realizado no Curso de Formação Profissional (CFP) para novos agentes da instituição entre os anos de 2014 e 2017, além dos relatos coletados durante o processo de discussão sobre o tema antes, durante e depois da consulta pública realizada pela citada Prefeitura, que oficializou a negativa por parte da população com relação à proposta. Oriento a construção deste artigo a partir do método etnográfico, produzindo para o tema uma linha de investigação que pretende tangenciar as questões ligadas ao processo de militarização da GCM de Niterói e a busca concomitante de seus agentes pelo “respeito” da população. Nessa jornada, contrapõem-se o desejo por uma estrutura menos hierarquizada, na qual o agente tenha mais autoridade – “civil para dentro” – e a tendência à adesão da identidade militar como um parâmetro a ser seguido – “militar para fora”. É justamente nesse contexto aparentemente contraditório que o debate sobre o uso de armas letais ganha espaço, revelando-se no decorrer da pesquisa como um fator determinante para, por um lado, fortalecer a identidade da Guarda como instituição civil, ao romper com simbolismos e práticas militarizadas e, por outro, (re)construir a imagem no senso comum da população, desligando-se de uma identidade percebida e vivenciada pelos guardas como inferiorizada ou, em suas palavras, de “guardinhas”.
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