Apresentação: Teorizar o emocional: antropologia e emoção no cruzamento entre a violência e a política
DOI:
https://doi.org/10.22409/antropolitica2024.v56.i3.a65241Palavras-chave:
Antropologia, Emoção, Violência, Política.Resumo
A história da constituição das emoções como um objeto das Ciências Sociais é atravessada por um desafio: sua associação, pelo senso comum ocidental, ao polo “excluído” de suas oposições fundadoras. É assim em sua vinculação ao indivíduo (versus a sociedade) ou à natureza (versus a cultura). Essa associação se desdobrou também, no início da formação do campo, em uma inclinação pela formulação de objetos de estudo vinculados à “vida privada” – o corpo, a sexualidade, a saúde/doença. Nas últimas décadas, o campo da Antropologia das Emoções apresentou um conjunto de novas questões voltadas para a compreensão do lugar dos sentimentos, das sensibilidades e das emoções na chamada “vida pública”. Este dossiê aprofunda o debate sobre a emoção como ferramenta de análise em áreas de pesquisa ligadas a essa esfera, como o ativismo, as políticas públicas – ambientais, humanitárias, de saúde – e as burocracias penais e judiciais. O foco está nessa linha temática, com especial atenção para o trabalho pontual das emoções em fenômenos situados no cruzamento entre a(s) violência(s) e o político, de modo a analisar o potencial do emotivo na administração de identidades, memórias, significados e relações que são tanto políticas como institucionais no contexto de diversos grupos e áreas de pesquisa.
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