Fluxo Colonizador: a estética do poder hídrico e assemblage pós-cinética na bacia do Orinoco
DOI:
https://doi.org/10.22409/arte.lugar.cidade.v1i2.65130Palavras-chave:
água, infraestrutura, arteResumo
Mesmo em meio ao crescente aumento da instabilidade climática, a fé em megaprojetos hidrelétricos continua em todo o mundo. Essa situação exige uma revisão das relações entre humanos e a natureza historicamente entrelaçados nessas infraestruturas. Este artigo explora a infraestrutura hidrelétrica como "veículos semióticos e estéticos concretos" (Larkin) dos discursos desenvolvimentistas e das estruturas materiais que enredam humanos e não humanos. Eu retraço essas relações por meio das concepções históricas e modernas do Rio Orinoco como uma fonte a ser colonizada. Analiso as valências estéticas e discursivas da infraestrutura hidrelétrica e das obras de arte em escala industrial construídas ali em meados do século XX, ligando-as às narrativas nacionais de industrialização. Ao considerar as interrupções recentes na produção hidrelétrica à luz do pensamento novo materialista, reformulo a hidreletricidade venezuelana como um assemblage moldado pelas façanhas humanas de engenharia e arte, e pela "matéria vibrante" (Bennett) dos actantes não-humanos.
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