Gênero e Alteridade no Nacionalismo Irlandês

Autores

  • Raimundo Expedito dos Santos Sousa

Resumo

O anticolonialismo irlandês pautou-se na maximização de fronteiras de gênero com vistas a acentuar a hombridade dos homens gaélicos em face de sua feminização por um colonialismo que se legitimava ao generizar o liame entre Inglaterra e Irlanda inscrevendo o império no registro masculino e a colônia no feminino. Mediante pesquisa em fontes primárias, investigamos as implicações dessa contraposição na representação de mulheres subversivas que desafiavam uma matriz de gênero dual em que a masculinidade se definia em relação oposicional e complementar com a feminilidade. Tanto as feministas, que antepunham sua agenda à do nacionalismo, quanto as republicanas, que defendiam a nação antes com o rifle do que com o rosário, quanto, eram alterizadas pela intelligentsia nacionalista como aberrações de gênero em descrições caricaturais cujo escárnio mal escamoteava o temor de sua capacidade subversiva desestabilizar as balizas de gênero que sustentavam o projeto de remasculinização nacional.

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Publicado

2019-02-05

Como Citar

Sousa, R. E. dos S. (2019). Gênero e Alteridade no Nacionalismo Irlandês. Revista Cantareira, (24). Recuperado de https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/27849

Edição

Seção

Dossiê Temático