A historiografia do Humanismo cívico e o pensamento político de Leonardo Bruni

Autores

Palavras-chave:

Humanismo Cívico, Republicanismo italiano, Leonardo Bruni.

Resumo

Nos últimos anos observamos o crescimento considerável do número de trabalhos  sobre o republicanismo italiano, sobretudo aquele desenvolvido entre os séculos XIV e XVI. Pretende-se nesse artigo apresentar os momentos decisivos desse debate historiográfico a partir das teses de continuidade e ruptura entre a Idade Média e o Renascimento. No que concerne à tese da ruptura, abordamos, em especial, a obra política do humanista e chanceler florentino Leonardo Bruni, que nos permite avaliar como no Quattrocento Italiano emerge uma nova forma de se pensar a política e a história, ambas ligadas à defesa da liberdade republicana. Um ponto pouco explorado pela historiografia reside na dificuldade de se avançar no debate entre os conceitos de continuidade e ruptura em relação a termos que extrapolam a oposição vita activa\vita contemplativa. A despeito de sua importância, há de se considerar a combinação desses conceitos também com os de auto governo, liberdade e cidadania. Por fim, propondo tal articulação, o artigo sustenta a importância de sua contribuição inserida no contexto intelectual das guerras itálicas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabrina Magalhães PINTO, Universidade Federal Fluminense

Professora Adjunta de História Moderna da Universidade Federal Fluminense (Campos/ESR). Pós-doutora em filosofia pela UFMG, em 2016, e pela PUC-Rio, em 2011. Coordena junto do professor Luís Falcão (UFF) o Laboratório de Estudos Republicanos (LER).

Matheus Teixeira MORETTI, Universidade Federal Fluminense

Graduando em História na Universidade Federal Fluminense (Campos/ESR), membro do Laboratório de Estudos Republicanos (LER) e bolsista PIBIC (2018/2019 e 2019/2020) no projeto O Republicanismo Italiano: reflexões sobre os textos de Coluccio Salutati, Leonardo Bruni e Nicolau Maquiavel sob orientação da Professora Fabrina M. Pinto.

Referências

ADVERSE, Helton. A matriz italiana. In: BIGNOTTO, Newton (Org.). Matrizes do Republicanismo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013. pp. 51-125.

ANTONIO LOSCHI. Invective Against the Florentines. In: BALDASSARI, S. Coluccio Salutati Political Writings. London: The I Tatti RenaissanceHarvard University Press, 2014, pp.144-167.

ARAÚJO, Cícero. Origens: libertas. In: SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. (Org.) Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. pp. 253-258.

BARON, H. The crisis of the early Italian renaissance: Civic Humanism and republican liberty in an age of classicism and tyranny. New Jersey: Princeton, 1966 (1955).

.______. En busca del Humanismo Cívico florentino: ensayos sobre el cambio del pensamento medieval ao moderno. México: Fondo de Cultura Econômica, 1993.

BIGNOTTO, Newton. O humanismo cívico. In: ______. Maquiavel republicano. Edições Loyola, 1991. pp. 9-56.

.______. Origens do Republicanismo Moderno. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.

.______.Tirania e República. In: SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. (Org.) Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. pp. 237-244.

CARDOSO, Sérgio. Origens: politeia. In: SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. (Org.) Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. pp. 259-268.

FUBINI, Ricardo. Storiografia dell'Umanesimo in Italia da Leonardo Bruni ad Annio da Viterbo. Roma: Storia e letteratura, 2003.

GARIN, Eugenio. La citè idéale de la Renaissance Italienne. In: ______. Les utopies à la Renaissance. Presses Universitaires de Bruxelles, 1963.

.______.Italian Humanism. Westport: Greenwood Press, 1975 (1965).

.______.Ciência e Vida Civil no Renascimento Italiano. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996.

HANKINS, James. The ‘Baron Thesis’ after Forty Years and Some Recent Studies of Leonardo Bruni. Journal of the History of Ideas, v. 56, n. 2, p. 309-338, 1995.

.______. (Org.). Renaissance Civic Humanism: reappraisals and reflections. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

HÔRNQVIST, Mikael. The two myths of civic humanism. In: HANKINS, James (Org.). Renaissance Civic Humanism: reappraisals and reflections. Cambridge: Cambridge University Press, 2000

KRISTELLER, Paul Oskar. Tradição Clássica e Pensamento no Renascimento Italiano. Lisboa: Edições 70, 1995.

LEONARDO BRUNI ARETINO. Opere Letterarie e Politiche. In: VITI, Paolo. (Org.). Turim: UTET, 1996.

.______.Elogio da cidade de Florença. Tradução e análise Fabrina Magalhães Pinto e Alexander Viana. Revista Morus, vol. 11. n. 2, p. 245-335, 2016. Disponível em: http://www.revistamorus.com.br/index.php/morus/article/view/292.

Diálogo para Pier Paolo Vergerio. In: BIGNOTTO, N. Origens do republicanismo moderno. Belo Horizonte: UFMG, 2001. p. 257-280.

._____. Lettres Familières. Tome I et II. Édition, traduction et notes de Laurence Pradelle. Presses Universitaires de la Méditerranée, 2014.

LIMA, Paulo Butti de. Democrazia: L'invenzione degli antichi e gli usi dei moderni. Le Monnier Università, 2019.

NAJEMY, John. Civic humanism and Florentine politics. In: HANKINS, James (Org.). Renaissance Civic Humanism: reappraisals and reflections. Cambridge: Cambridge University Press, 2000. pp. 75-104.

PANCERA, Carlo Gabriel K. Matriz Italiana. In: SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. In: SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. (Org.) Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 237-244.

PINTO, Fabrina Magalhães. Retórica e Política no Humanismo Renascentista: reflexões sobre a Laudatio florentinae urbis, de Leonardo Bruni. In: BENEVENUTO, Flávia (Org.). O Renascimento da República. Alagoas: EDUFAL, 2015. p. 23-35.

.______. A cidade ideal no Quattrocento: uma análise da Laudatio Florentiane Urbis, de Leonardo Bruni. In: PINTO, Fabrina Magalhães; BENEVENUTO, Flávia. (Org.). Filosofia, política e cosmologia: ensaios sobre o renascimento. Editora UFABC, 2017. p. 61-90.

.______. A questão da fundação da cidade de Florença em Leonardo Bruni e Maquiavel. In: ADVERSE, Helton; PANCERA, Carlo Gabriel K. (orgs.). As faces de Maquiavel: História, república e corrupção. Belo Horizonte: Editora D´Plácido, 2019. p. 41-60.

POCOCK, J. G. A. The Maquiavelian Moment: florentine Political Thought and the Atlantic Republican Tradition. Princeton. New Jersey: Princeton University Press, 1975.

QUINTILIANO. Institutio oratoria. Trad. de H. E. Butler. Loeb Classical Library. Cambridge: Harvard University Press, 1995.

RUBINSTEIN, N. Il Bruni a Firenze: retorica e politica. In: VITI, Paolo. (Org.). Leonardo Bruni cancelliere della Repubblica di Firenze. Atti del Convegno di studi (Firenze, 27-29 ottobre 1987). Firenze: Leo S. Olschki Editore, 1990.

SCHWARCZ, Lilia M.; STRARLING, Heloisa M. Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

SEIGEL, Jerrold E. ‘Civic humanism’ or Ciceronian rhetoric? The culture of Petrarch and Bruni. Past & Present, v. 34. n. 1, p. 3-48, 1966.

SKINNER, Quentin. Fundações do Pensamento político Moderno. SP: Companhia das Letras, 1996.

.______. Liberdade antes do liberalismo. São Paulo: Editora UNESP, 1999.

.______. Hobbes e a liberdade republicana. São Paulo: Editora Unesp, 2010.

VASOLI, C. Considerazioni sulla Laudatio Urbis Florentinae di Leonardo Bruni. In: Estrato dall’Annuario 1961-1962 del Liceo Ginnasio Statale F. Petrarca di Arezzo, MISC. XXXV I. Firenze: Istituto Nazionale di Studi sul Rinascimento

Downloads

Publicado

2021-01-25

Como Citar

PINTO, F. M., & MORETTI, M. T. (2021). A historiografia do Humanismo cívico e o pensamento político de Leonardo Bruni. Revista Cantareira, (34). Recuperado de https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/42912

Edição

Seção

Artigos Livres