O agregado na fazenda do café: estratégias de fixação e de mobilidade de homens livres e pobres em Valença (Província do Rio de Janeiro, 1850-1888)

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Resumo

O objetivo deste artigo é analisar os efeitos e as ambiguidades da Lei de Terras de 1850 na cidade de Valença, partindo de uma perspectiva de redução da escala de observação que focaliza as estratégias mobilizadas pelos diferentes atores sociais num contexto de normatização da propriedade da terra no Brasil do século XIX. Buscaremos compreender como indivíduos que não possuíam títulos de propriedade foram capazes de construir relações costumeiras que possibilitaram o seu acesso à terra mesmo depois da promulgação deste código legislativo que regularizou a apropriação fundiária. Cotejando registros paroquiais de terras e processos judiciais, investigaremos as diversas estratégias de fixação e de mobilidade de homens livres e pobres que estavam em busca do “projeto camponês” no Brasil imperial no final do período escravista.

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Biografia do Autor

Felipe de Melo Alvarenga, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutorando em História na Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em História Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e bacharel e licenciado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi bolsista de mestrado no país da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) sob o processo n. 2017/18127-8. E-mail para contato: f.m.alvarenga@hotmail.com.

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Publicado

2020-03-31

Como Citar

Alvarenga, F. de M. (2020). O agregado na fazenda do café: estratégias de fixação e de mobilidade de homens livres e pobres em Valença (Província do Rio de Janeiro, 1850-1888). Revista Cantareira, (32). Recuperado de https://periodicos.uff.br/cantareira/article/view/39896