AS MEMÓRIAS DAS MULHERES TRAFICANTES: ENTRE A SUBMISSÃO E A RESISTÊNCIA?

Autores

  • Fernanda Santos Curcio Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  • Lobelia da Silva Faceira UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DOI:

https://doi.org/10.22409/conflu18i1.p457

Palavras-chave:

Mulher. Tráfico de Drogas. Memória.

Resumo

Este trabalho tem o objetivo de problematizar o fenômeno da inserção da mulher no tráfico de drogas pela perspectiva do gênero, por meio das contribuições da memória social, uma vez que esta é um campo interdisciplinar que possibilita as investigações e a construção de um conhecimento sobre as relações de poder, a influência da transmissão de valores, culturas e modos de ser nas experiências e comportamentos dos sujeitos sociais. Como metodologia utilizada, apresenta-se uma análise discursiva de entrevistas qualitativas com cinco mulheres que foram presas por tráfico de drogas e, atualmente, são atendidas como egressas do sistema penitenciário, pelo Patronato Magarinos Torres-Anexo Campos. Compreende-se que é a partir destes relatos que é possível que se reconstrua uma visão mais concreta da dinâmica da prática do tráfico de drogas por parte dessas mulheres e, como as mesmas se representam à sociedade e ao crime ora estudado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Santos Curcio, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense (2013). Mestrado em Memória Social, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (2016). Doutoranda em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Bolsista CAPES.


Rua Teófilo do Carmo, nº 45, Santa Rosa – Bom Jesus do Itabapoana - RJ

Tel:(22)38312526/(22)998552777

nanda_fsc@hotmail.com

Lobelia da Silva Faceira, UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Graduação em Serviço Social pela Universidade Castelo Branco (1995), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2001) e doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2009). Atualmente é professora adjunta da Escola de Serviço Social e do Programa de Pós Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

 

Av. Ministro Ary Franco, nº 152, Bangu – Rio de Janeiro – RJ, CEP:21.862-005

Tel:(21)3331-488/(21)999911807

lobelia.faceira@unirio.br

Referências

ABRAMO, Laís. Desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro. Cienc. Cult. vol.58 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2006. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252006000400020&script=sci_arttext >. Acesso em: 10 out. 2015.

ALMEIDA, Rosemary. Mulheres que Matam. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.

BEALL, Anne. STERNBERG, Robert. The Social Construction of Love. Journal of Social and Personal Relationships, n. 12, p. 417-438, 1995.

BARCINSKI, Mariana. Protagonismo e vitimização na trajetória de mulheres envolvidos na rede do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Ciência & Saúde Coletiva, v.14, n.2, p.577-586, 2009.

__________. Centralidade de gênero no processo de construção da identidade de mulheres envolvidas na rede de tráfico de drogas. Ciência e Saúde Coletiva, v.14, n.5, p.: 1843 - 1853, 2009b.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução Maria Helena Kühner. 2ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

BRASIL. Ministério da Justiça. Infopen, 2015. Disponível em: <http://www.infopen.gov.br/>. Acesso em 25 nov 2015.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

DELEUZE, Guilles. Conversações. Rio de Janeiro, Ed 34, 1991.

_________. Foucault. Tradução de Claudia Sant’Anna Martins. Revisão da tradução de Renato Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2005.

CAMPOS, Arruda; TRINDADE Liana.; COELHO, Lúcia Maria. Mulheres criminosas na abordagem interdisciplinar. Pesquisa em Debate, São Paulo, v. 5, no 2, Jul./Dez., p. 1-23, 2008.

CASTRO, Mary. Mulheres Chefes de Família, Esposas e Filhas pobres nos mercados de trabalho metropolitanos (regiões metropolitanas de São Paulo e Salvador, 1980). v. 2 Caxambu: ABEP, 1990.

CORTINA, Mônica. Mulheres e tráfico de drogas: aprisionamento e criminologia Feminista. Estudos Feministas, Florianópolis, v.23, n.3, p.406, set.-dez./2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2015000300761&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 out. 2015.

FEFFERMANN, Marisa. Vidas arriscadas: o cotidiano dos jovens trabalhadores do tráfico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In.: DREYFUS, H.; RABINOW, P. (Orgs.), Michel Foucault: uma trajetória filosófica: Para além do estruturalismo e da hermenêutica Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p.231-249.

_____________. Estética, ética e hermenêutica. Tradução A. Gabilondo. Buenos Aires, Argentina: Paidós, 1999. (Obras Essenciales, vol. 3).

FRIEDMAN, Susan. Beyond Gender. In Mappings: Feminism and the Cultural Geographies of Encounter. Princeton: Princeton University Press, 1998.

GIDDENS, Anthony. Transformações da intimidade: sexualidade, amor e erotismo nas sociedades modernas. Oeiras: Celta Editora, 2001.

GONDAR, Josaida. Memória, poder e resistência. In.: GONDAR, J; BARRENECHEA, M. (orgs.). Memória e espaço: trilhas do contemporâneo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2003.

GUATTARI, Félix. ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 2010.

GUEDES, Marcela. Intervenções psicossociais no sistema carcerário feminino. Psicologia ciência e profissão, 26(4), 558-569, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pcp/v26n4/v26n4a04.pdf>. Acesso em: 19 de fev. de 2013.

HATFIELD, Elaine. “Passionate and Companionate Love”. In: STERNBERG, Robert, and BARNES, Michael (Eds.). The Psychology of Love. New Haven: Yale University, 1988. p.191-217.

IBGE. Censo Demográfico 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br>. Acesso em: 9 set. 2015.

KAUFMAN Michael. The construction of masculinity and the triad of men’s violence, In.: KAUFMAN, Michael (ed.) Beyond patriarchy: essays by men on pleasure, power, and change. Oxford University Press, Toronto-Nova York, 1987, p.1-29.

LANGFORD, Wendy. You Make Me Sick: Women, Health and Romantic Love. Journal of Contemporary Health, n. 5, p. 52-55, 1997.

LUHMAN, Niklas. O amor como paixão. Para a codificação da intimidade. Lisboa: Difel, 1991.

MACIEL JUNIOR, Auterives. Resistência e prática de si em Foucault. Trivium: estudos interdisciplinares. Ano VI – Edição I –1º semestre de 2014.

MEDEIROS, Marcelo. COSTA, Joana. Is There a Feminization of Pover ty in Latin America? World Development, v.36, n.1, p.115–127. 2008.

MELO, Hildete. Gênero e pobreza no Brasil. Relatório Final do Projeto Governabilidad Democrática de Gênero em América Latina y El Caribe. Brasília, DF: CEPAL SPM, 2005.

MOKI, Michelle. Representações sociais do trabalho carcerário feminino. São Cardos, 2006. Dissertação (Dissertação em Ciências Sociais) – Pós-Graduação em Ciências Sociais – Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, 2006.

MOURA, Maria Jurema. Porta fechada, vida dilacerada - mulher, tráfico de drogas e prisão: estudo realizado no presídio feminino do Ceará. Fortaleza, 2005. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas) Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, 2005.

NEVES, Ana Sofia. As mulheres e os discursos genderizados sobre o amor: a caminho do “amor confluente” ou o retorno ao mito do “amor romântico”? Estudos Feministas, Florianópolis, v.15, n.3, 336, set./dez. 2007. p. 609-627.

NOVAES, Elizabete. Uma reflexão teórico-sociológica acerca da inserção da mulher na criminalidade. Revista Sociologia Jurídica, nº 10, 2010. Disponível em: <http://www.sociologiajuridica.net.br/numero-10/228-novaes-elizabete-david-uma-reflexao-teorico-sociologica-acerca-da-insercao-da-mulher-na-criminalidade?format=pdf>. Acesso em 7 fev. 2015.

OLIVEIRA, Juliana. Novas fronteiras do trabalho: vivências ‘à margem’ dos trabalhadores do tráfico de drogas. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em Psicologia do Centro de Ciências Humanas, Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Psicologia. 2009.

PIMENTEL, Elaine. Amor bandido: as teias afetivas que envolvem a mulher no tráfico de drogas. VI Congresso Português de Sociologia. Mundos Sociais: Saberes e Práticas. Anais... Universidade de Lisboa, 25 a 28 de junho de 2008. Disponível em: <http://www.aps.pt/ vicongresso/pdfs/708.pdf>. Acesso em: 14 maio 2013.

SOARES, Barbara. ILGENFRITZ, Iara. Prisioneiras: vida e violência atrás das grades. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.

Downloads

Publicado

2017-10-31

Como Citar

Curcio, F. S., & Faceira, L. da S. (2017). AS MEMÓRIAS DAS MULHERES TRAFICANTES: ENTRE A SUBMISSÃO E A RESISTÊNCIA?. Confluências | Revista Interdisciplinar De Sociologia E Direito, 18(1), 66-91. https://doi.org/10.22409/conflu18i1.p457

Edição

Seção

Artigos