v. 12 n. 19 (2024): PERSPECTIVAS E DILEMAS DOS GOVERNOS PROGRESSISTAS NA AMÉRICA LATINA

As relações políticas entre os países vêm atravessando, em nível global, por uma série de mudanças relacionadas ao enfraquecimento da hegemonia estadunidense como polo único de poder estabelecido com o desmantelamento da União Soviética. A ascensão econômica e política da China e as novas alianças e acordos que estão se formando ao redor dos BRICS e de outras instâncias multilaterais, sobretudo asiáticas, estão pondo em xeque a predominância econômica, militar e diplomática dos Estados Unidos em diversas áreas do mundo, como a África, o Oriente Médio e partes da Ásia e da Oceania. Nesse contexto, os países latino-americanos se veem diante de novos riscos e oportunidades que se apresentam nesse momento de turbulências globais. Depois de uma onda de governos conservadores eleitos na última década, diversos países da região vêm elegendo governos progressistas para a liderança de seus países, que precisam lidar com os desafios colocados pela conjuntura internacional, mas também com dificuldades internas, advindas dos problemas históricos e recentes, como golpes de Estado, guerras híbridas, “lawfare” e a ascensão de neofascismos.