A OFENSIVA PRIVATISTA NO CONTEXTO DA PANDEMIA
TRABALHO DOCENTE E RESISTÊNCIA SINDICAL
DOI:
https://doi.org/10.22409/enfil.v10i16.57362Resumo
Nesse artigo, procuramos apresentar alguns elementos que compõem a ofensiva privatista que vem aprofundando a precarização do trabalho docente no século XXI, evidenciando as questões que emergiram na conjuntura gerada pela pandemia causada pelo vírus SARS- COV-2. Para os trabalhadores da educação, a coerção sobre o trabalho docente foi imposta pela burguesia a partir do falso dilema entre a implementação do que vem sendo chamado de “Ensino Remoto” e o retorno presencial às atividades escolares antes do estabelecimento de condições seguras a esse retorno pelo Estado. Diante do exposto no artigo, identificamos a criação de uma frente móvel de ação composta por organizações empresariais, organismos supranacionais e organizações da sociedade civil que atua por dentro dos dispositivos de participação social institucionalizados, com o objetivo de garantir, de qualquer forma, o avanço da modalidade de EAD pela Educação Básica tanto na forma de Ensino Remoto, proposta para o período do isolamento social, quanto na forma híbrida, formulada para o contexto de flexibilização do isolamento. As consequências para o trabalho docente, se materializam em formas precarizadas e intensificadas de exploração, que faz com que os docentes recebam menos por suas atividades laborais enquanto tem seu tempo de trabalho ampliado, sua estrutura de trabalho custeada por meios próprios, seu espaço de trabalho transformado em fábrica de conteúdos. Apontamos a responsabilização docente como uma das estratégias desenvolvidas por essa frente móvel de ação, em convergência com as políticas neoliberais em curso, que oferecem condições para o aumento do adoecimento docente e para a desarticulação coletiva.
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