Do simbólico no mercantil

uma análise da agência do ator social nos mercados de bens simbólicos, de luxo e de singularidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/ensaios.v18.50707

Palavras-chave:

Teorias simbólicas do mercado, Agência, Singularidade

Resumo

O artigo discute o lugar da agência dos atores sociais no modelo teórico da economia das singularidades, da econômica dos bens simbólicos e do mercado de luxo, modelos esses que fazem convergir o generalismo tradicional de um enquadramento teórico do mercado à particularidade de certas lógicas de ação que caracterizam as relações de troca, analisando as dimensões simbólicas que por trás da lógica mercantil. Argumenta-se que compreender como a agência do ator social é levada em conta nestes modelos permite compreender de que forma se dá o entroncamento entre geral e particular da vida social, tendo como conclusão geral do artigo que o desenho de agência dos atores em tais mercados é tributado ou a estruturas sociais que delimitam gostos ou ao acionamento de dispositivos de julgamento que o orientam, relegando-se a competência autônoma de definição e de aprendizagem dos gostos dos atores sociais no mercado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Igor Perrut, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Atualmente, bolsista de mestrado Faperj Nota 10. Vinculado ao NECVU (Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana) e ao Urbano - Laboratório de estudos da Cidade, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sociólogo e professor de sociologia, tem interesse nas áreas de estudos do consumo, sociologia da moral, sociologia do mercado e ensino de sociologia.

Referências

ALEXANDER, Jeffrey. “O Novo Movimento Teórico", Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.4, n.2, p. 6-28, 1987.

BOTELHO, André. “O universo dinâmico dos clássicos da sociologia” In: Essencial Sociologia. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013.

BOURDIEU, Pierre & PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio de janeiro, Francisco Alves, 1975.

BOURDIEU, Pierre. “La production de la croyance – contribution à une èconomie des biens symboliques”. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, vol. 13, n.1, 1977.

________________ “Esboço de uma teoria da prática”. In: ORTIZ, Renato (org). A sociologia de Pierre Bourdieu. São Paulo, Ática, pp. 46-81, 1983.

________________ Distinction: A social critique of the judgement of taste. Cambridge, MA: Harvard University Press. 1984

________________ Lições da aula. São Paulo, Ática, 1988.

CATANI, A. M.; NOGUEIRA, M. A.; HEY, A. P.; MEDEIROS, C. C. C. (orgs). Vocabulário Bourdieu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

EMIRBAYER, Mustafa; MISCHE, Ann. “What Is Agency?”. American Journal of Sociology, vol. 103, n. 4, pp. 962-1023, 1998.

GADREY, Jean. “REGARDS CROISÉS SUR L'ÉCONOMIE DES SINGULARITÉSDE LUCIEN KARPIK”. Revue française de sociologie., vol. 49, n. 2, pp. 379-389, 2008.

GARCIA-PARPET, Marie-France. “A gênese social do homo-economicus: A Argélia e a sociologia da economia em Pierre Bourdieu”. Mana, vol. 12, n. 2, pp. 333-357, 2006.

GAUTIÉ, Jerôme. “PEUT-ON FAIRE L'ÉCONOMIE DES SINGULARITÉS?” Revue française de sociologie., vol. 49, n. 2, pp. 391-406, 2008.

HEINICH, Nathalie. “Une sociologie de la singularité: étapes et obstacles”. Sociologies Dossiers - La sociologie à l’épreuve des figures de la singularité, 2020.

JOURDAIN, Anne; NAULIN, Sidonie. A teoria de Pierre Bourdieu e seus usos Sociológicos. Petrópolis: Vozes, 2017.

KARPIK, L. [2007] Valuing the unique: The economics of singularities. Princeton University: New Jersey, 2010.

MACÉ, Marielle, Styles. Critique de nous formes de vie. Paris: Gallimard. 2016

MARTUCCELLI, Danilo. La Société singulariste. Paris, Éditions Armand Colin, coll.Individu et société, 2010.

NETTO, Michel Nicolau. “As fronteiras do Universo do Luxo”. Sociologia & Antropologia.vol.10, n. 2, pp.731 – 737, 2020.

ORTIZ, Renato. O universo do luxo. São Paulo: Alameda, 2019.

POLANYI, Karl. [1944] A Grande Transformação: As origens da nossa época. Editora Campus, 2000.

RECKWITZ, Andreas. Society of Singularities. Cambridge: Polity, 2020.

RITZER, George; GINDOFF, Pamela. “Agency-Structure, MicroMacro, Individualism-Holism-Relationism: A Metatheoretical Explanation of Theoretical Convergence between the United States and Europe” In: SZTOMPKA, Piotr (Org.). Agency and structure: reorienting social theory. Yverdon: Gordon & Breach, p. 3-23, 1994.

ROSANVALLON, Pierre. O liberalismo econômico: História da ideia de mercado. Florianópolis: Edusc, Parte 1, 2002.

SIMMEL, Georg. [1904] Filosofia da moda. Lisboa: Texto & grafia, 2014 .

______________ [1917] Questões fundamentais da sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.

SMITH, Adam. [1776] A riqueza das nações. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

____________. [1759] The Theory of Moral Sentiments. Cambridge: CUP, 2002.

STARK, David. The Sense of Dissonance: Accounts of Worth in Economic Life. Princeton: Princeton University Press, 2009.

STEINER, Philippe. “Le marché selon la sociologie économique”. SOCIUS Working Papers, N.6. 2005.

________________ Altruísmo, dons e trocas simbólicas: Abordagens sociológicas da troca. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016.

SZTOMPKA, Piotr. The Sociology of social change. Oxford, UK; Cambridge, Mass: Blackwell, 1994.

WALSH, David F; JENKS, Chris “Structure/Agency”. In: JENKS, Chris (org). Core Sociological Dichotomies. Londres: Sage, 1998, pp. 8-33.

WEBER, Max. [1910] Economia e sociedade: Fundamentos da sociologia compreensiva, vol. 1. Brasília/São Paulo, Editora UnB/Imprensa Oficial, 2004.

WERNECK, Alexandre. A desculpa: As circunstâncias e a moral das relações sociais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.

___________________ “Sociologia da moral como sociologia da agência”. Revista Brasileira de Sociologia das Emoções, Vol. 12, n. 36, pp. 704-718, 2013.

___________________ “Sociologia da moral, agência social e criatividade”. In: WERNECK, Alexandre; CARDOSO DE OLIVEIRA, Luis Roberto (orgs). Pensando bem: Estudos de sociologia e antropologia da moral. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, pp. 21-43, 2014.

___________________ “A força das circunstâncias: Sobre a metapragmática das situações”. In: VANDENBERGHE, Frédéric; VÉRAN, Jean-François (orgs). Além do habitus: Teoria social pósbourdieusiana. Rio de Janeiro: 7Letras, pp. 155-192, 2016.

___________________ “A parte e o todo: Uma reflexão sobre o estatuto do social a partir da frase ‘Se cada um fizer a sua parte’”. In: WERNECK, Alexandre; ARAUJO, Marcella (orgs). Reflexões na pandemia: Questões sociais, isoladas pela Covid-19. pp. 206-222, 2021.

WERNECK, Alexandre; LORETTI, Pricila. “Critique-Form, Forms of Critique: The Different Dimensions of the Discourse of Discontent”. Sociologia & Antropologia, vol. 8, n. 3, pp. 973-1008, 2018.

WERNECK, Alexandre e NOEL, Gabriel D. “A questão dos agenciamentos sociais: Por uma fundamental recolocação de termos”. Texto de trabalho, Necvu, 2019.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Perrut, I. (2021). Do simbólico no mercantil: uma análise da agência do ator social nos mercados de bens simbólicos, de luxo e de singularidade. Ensaios, 18, 115-141. https://doi.org/10.22409/ensaios.v18.50707

Edição

Seção

Dossiê Temático