Neoliberalismo, condição periférica e os Panteras Negras: um breve estudo sobre reprodução social e ação coletiva no mundo periferizado

um breve estudo sobre reprodução social e ação coletiva no mundo periferizado

Autores

  • Victor Ferreira PPGSA/UFRJ
  • Júlia Fleury PPCIS/UERJ
  • Clara Ramos IFCS/UFRJ

DOI:

https://doi.org/10.22409/ensaios.v19.49772

Palavras-chave:

Neoliberalismo, condição periférica, reprodução social

Resumo

O presente texto tem como principal objetivo elaborar breves reflexões a respeito das possíveis relações entre três temas: neoliberalismo, expansão da condição periférica e ação coletiva. Sobre o primeiro, partimos de discussões explicitadas em textos selecionados a fim de caracterizar a atual crise do neoliberalismo como um fenômeno que incide sobre as condições básicas de reprodução social da maior parte da população mundial. Em relação ao segundo, mobilizamos alguns pensadores do campo da teoria social com vistas a argumentar que o avanço do neoliberalismo representa um indicador do deslocamento, para o centro do capitalismo, de aspectos típicos da experiência social dos países periféricos. Todos esses fatores afetam de maneira decisiva o terceiro termo: a ação coletiva, tema explorado por meio da experiência histórica do Partido dos Panteras Negras.

 

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Victor Ferreira, PPGSA/UFRJ

Graduado em Ciências Sociais (IFCS/UFRJ) e mestrando em Sociologia e Antropologia (PPGSA/UFRJ)

Júlia Fleury, PPCIS/UERJ

Graduada em Ciências Sociais (IFCS/UFRJ) e mestranda em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ).

Clara Ramos, IFCS/UFRJ

Graduada em Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), faz parte do editorial da Revista Outra Vista, do coletivo Outros Estudos e Coordenadora do Pré-Vestibular Comunitário do CEAT.

Referências

ABÍLIO, Ludmila Costhek. Sem maquiagem: o trabalho de um milhão de

revendedoras de cosméticos. São Paulo:Boitempo Editorial, 2015.

___________. Uberização do trabalho: subsunção real da viração. Passa

Palavras, Campinas, 2017.

ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de

serviço na era digital.São Paulo: Boitempo, 2018.

ARANTES, Paulo Eduardo. O novo tempo do mundo: e outros estudos

sobre a era da emergência. São Paulo: Boitempo, 2014.

ARRUZZA, Cinzia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo

para os 99%: um manifesto. São Paulo:Boitempo Editorial, 2019.

BECK, Ulrich. O que é Globalização? equívocos do globalismo: respostas

à globalização. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

BELLUZZO, Luiz Gonzaga. O declínio de Bretton Woods e a emergência

dos mercados globalizados.In: Economia e Sociedade, v. 4, n. 1, 1995.

BHATTACHARYA, Tithi et al. Social reproduction theory: Remapping

class, recentering oppression.Pluto Press, 2017.

BOLTANSKI, Luc; CHIAPELLO, Ève. O novo espírito do capitalismo.São

Paulo:

Martins Fontes, 2009.

BRAGA, Ruy; SANTANA, Marco Aurélio. Dinâmicas da ação coletiva no

Brasil contemporâneo: encontros e desencontros entre o sindicalismo e

a juventude trabalhadora. Caderno CRH, v. 28, n. 75, p. 529-544, 2015.

BROWN, Wendy. Nas ruínas do neoliberalismo: A ascensão da política

antidemocrática no Ocidente. São Paulo: Politeia, 2019.

___________. Undoing the demos: Neoliberalism's stealth revolution.Mit

Press, 2015.

CANETTIERI, Thiago. Uma maldição tropical: notas sobre o devirperiferia do mundo. Revista Porto Alegre, 2020a. Disponível em:

http://revistaportoalegre.com/uma-maldicao-tropical-notas-sobre-odevir-periferia-do-mundo/ . Acesso em: 14/04/2021.

______________. A condição periférica. Rio de Janeiro, RJ: Consequência

Editora, 2020b.

COMAROFF, Jean; COMAROFF, John L. Theory from the South: Or, how

Euro-America is evolving toward Africa.In: Anthropologicalforum.

Routledge, 2012. p. 113-131.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo.São Paulo:

Boitempo Editorial, 2016.

DA SILVEIRA, Maikel. O populismo, a várzea e o bicho: notas sobre a

teoria do populismo e a crise da esquerda. Revista Porto Alegre, 2019.

Disponível em: http://revistaportoalegre.com/o-populismo-a-varzea-eo-bicho-notas-sobre-a-teoria-do-populismo-e-a-crise-da-esquerda/.

Acesso em: 14/04/2021.

DE OLIVEIRA, Francisco. Crítica à razão dualista/O ornitorrinco.São

Paulo: Boitempo editorial, 2015.

DUMÉNIL, Gérard; LÉVY, Dominique. A crise do neoliberalismo. São

Paulo: Boitempo, p. 186-193, 2014.

DUNKER, Christian. “A lógica do condomínio”. In: PISEAGRAMA, Belo

Horizonte, número 11, página 102 - 109, 2017a.

____________. A reinvenção da intimidade: políticas do sofrimento

cotidiano. São Paulo: Ed. Ubu, 2017b.

ESPING-ANDERSEN, Gøsta. As três economias políticas do Welfare State.

In Lua Nova, n. 24, Ser., 1991.

FEDERICI, Silvia. El patriarcado del salario. Críticas feministas al

marxismo, 2018.

___________. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução

e luta feminista. Editora Elefante, 2019.

FELTRAN, Gabriel de Santis. Valor dos pobres: a aposta no dinheiro

como mediação para o conflito social contemporâneo. Caderno CRH, v.

, n. 72, p. 495-512, 2014.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica (1978-1979). São Paulo:

Martins Fontes, 2008.

FRASER, Nancy. O velho está morrendo e o novo não pode nascer.

Autonomia Literária, 2019.

MBEMBE, Achille. Crítica da Razão Negra. São Paulo: n-1 edições, 2018a.

__________. Necropolítica. São Paulo: N-1 edições, 2018b.

PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Editora Intrínseca, 2014.

PRZEWORKI, Adam. A socialdemocracia como um fenômeno histórico.

In Lua Nova, n. 15, 1988.

____________. Crises da democracia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2020.

GAGO, Verónica. La razón neoliberal. Economías barrocas y pragmática

popular.Buenos Aires: Tinta Limón, 2014.

GUIMARÃES, Alexandre Queiroz. Economia, instituições e Estado de

Bem-Estar Social: respostas à nova configuração do capitalismo pós1970. In Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 58, n. 3, 2015.

HARVEY, David. O neoliberalismo: história e implicações. Loyola, 2008.

___________. Condição pós-moderna. Edições Loyola, 1992.

HELD, David; MCGREW, Anthony. Prós e contras da globalização. Zahar,

JAMESON, Fredric. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo

tardio. 1996.

KEHL, Maria Rita. “Depressão e imagem do novo mundo”. In: NOVAES,

Adauto. Mutações: ensaios sobre as novas configurações do mundo. São

Paulo: Ed. SESC-SP/Agir. 2008, p. 295-320

KERSTENETZKY, Célia Lessa. O estado do bem-estar social na idade da

razão: a reinvenção do estado social no mundo contemporâneo.

Elsevier, 2012.

OLIVEIRA, Rafael. Época de crise, tempo de organização: circulando

entre Betinho, Panteras Negras e Marx. Revista Ursula, 2017. Disponível

em: https://revistaursula.com.br/politica/epoca-de-crise-tempo-deorganizacao-circulando-entre-betinho-panteras-negras-e-marx/.

Acesso em: 14/04/2021.

PARANÁ, Edemilson; TUPINAMBÁ, Gabriel. Arquitetura de Arestas: as

esquerdas em tempos de periferização do mundo. Autonomia Literária,

no prelo, 2021.

RAMALHO, José Ricardo; SANTANA, Marco Aurélio. Sociologia do

trabalho. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

SENNETT, Richard. A corrosão do caráter. Rio de Janeiro: Record, 1999.

____________. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record,

STREECK, Wolfgang. Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo

democrático.São Paulo: Boitempo Editorial, 2019

##submission.downloads##

Publicado

2021-11-10

Como Citar

Ferreira, V., Fleury, J. ., & Ramos, C. (2021). Neoliberalismo, condição periférica e os Panteras Negras: um breve estudo sobre reprodução social e ação coletiva no mundo periferizado: um breve estudo sobre reprodução social e ação coletiva no mundo periferizado. Ensaios, 19, 39-58. https://doi.org/10.22409/ensaios.v19.49772

Edição

Secção

Artigos Originais