Oscar Wilde e a moral burguesa vitoriana institucionalizada:
reflexões sobre os motivos de uma morte social
DOI:
https://doi.org/10.22409/ensaios.v18.50194Palavras-chave:
Oscar Wilde, Era Vitoriana, Escândalo PúblicoResumo
A partir da análise da moral vitoriana como uma instituição que conferia coesão e distinção à classe média e elite vitorianas, o presente artigo investiga em que medida o dramaturgo Oscar Wilde (1854-1900) rompeu com os padrões e normas desta moral a ponto de ser condenado pelo crime de “flagrante indecência” não apenas no âmbito legal, mas também pela sociedade como um todo. Argumentamos, a partir de noções dos teóricos Norbert Elias, Michel Foucault e Ari Adut, a favor da hipótese de que a conduta transgressora de Wilde só se tornou inaceitável dentro do jogo social no qual o escritor estava inserido a partir do momento em que ele superestimou sua posição de prestígio nas redes de interdependência da alta sociedade vitoriana ao decidir instaurar um processo judicial contra um aristocrata, o que resultou num catastrófico escândalo público e, por consequência, em sua morte social.
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