Espaço Sexual
uma geografia do foder
DOI:
https://doi.org/10.22409/eg.v11i24.59115Palavras-chave:
Pensamento geográfico, Geografia existencial, Desejo, SexoResumo
Em abertura da geografia do foder, elaborou-se uma abordagem ontológica à foda geográfica. Constitui-se, para tanto, em vista fenomenológica, o sentido do sexo (o evento) e da foda (a intenção). Por mais, discute-se a Terra e o Mundo rumo aos territórios do sexo e às sexualidades do território. Dessarte, lança-se à Antiguidade com Hesíodo (séc. VII a.C.) para a cosmologia do foder geográfico: entre Gaia (Terra) e Urano (Céu), tem-se a interrupção do coito por Cronos (Tempo) irrompendo o desejo sexual – entre a transa, positiva e a trepa, negativa. Guia-se, então, à discussão filosófica, entre Sade e Sacher-Masoch (iluminismo obscuro) contra Kant (iluminismo conservador), para a constituição do território sádico (pelas dominações) e do território masoquista (pelas apropriações). Ademais, encontra-se a perversidade da globalização pelo sistema da foda global: do território (enraizador) e do mercado global (desenraizador); intensificada pelo ciberespaço. Alia-se, por fim, uma geografia foda ao geoexistencial.
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