Paulo Freire e a revolução política do pensamento decolonial
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2021.v14iesp..a52513Palavras-chave:
contexto decolonial, liberdade, educação, cultura, esperançaResumo
Argumentamos nesse ensaio que a obra de Paulo Freire pode ser lida como um texto decolonial e que os educadores progressistas devem se engajar de forma radical na transgressão de fronteiras para reconstruir a obra de Freire na especificidade de seu contexto histórico e político. Isso significa destacar a problemática de uma política de colonização situada no privilégio e poder do Ocidente com o objetivo de discutir como a questão ideológica de tal posição pode propor uma leitura distorcida da obra de Freire. Ao mesmo tempo, destacamos que Freire torna-se um cruzador de fronteiras revolucionário engajado no diálogo produtivo com os autores de seu tempo, produzindo uma obra crítica em que as relações sociais dominantes, ideologias e as práticas que apagam a especificidade da voz dos povos colonizados possam ser desafiadas e superadas. Em sua luta em favor da liberdade, o autor torna a educação e a cultura elementos centrais para a política e propõe ideias capazes de romper com a tradição conservadora e de restaurar a esperança na capacidade dos seres humanos em transformar a realidade e reescrever a história.
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