Resistências frente à medicalização da existência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i2/5567

Palavras-chave:

resistências, movimentos sociais, medicalização, Brasil, Psicologia

Resumo

Este artigo tem o objetivo de interrogar as práticas de medicalização dos corpos, no presente, e descrever alguns movimentos, associações e entidades que participam das resistências às práticas medicalizadoras. Busca-se pensar quais são os efeitos desses movimentos, quais são suas pautas e preocupações e como articulam reivindicações e críticas, diante do crescente processo de medicalização das existências e da sociedade. Aborda-se a constituição do objeto e a problemática do trabalho, a partir de Michel Foucault e das contribuições produzidas nas aulas, conferências e publicações realizadas, no Brasil. As resistências são apresentadas, descritas e analisadas no limite do contexto nacional, apesar de também serem pensadas em uma esfera internacional, mas não é o caso neste estudo. A presença das psicologias é marcante em boa parte dos movimentos de resistência e, em vários casos, se tornou a base de crítica à medicalização, nas últimas décadas com atuação relevante neste âmbito político e social.

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Biografia do Autor

Flávia Cristina Silveira Lemos, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Possui graduação em Psicologia/UNESP (1999). Licenciada em Pedagogia/CESB-GO (2017). Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional/UNEB (2017). Mestre em Psicologia e Sociedade/UNESP (2003). Doutora em História Cultural/UNESP (2007). Realizou pós-doutorado em Psicologia e Subjetividade, na UFF, sob supervisão da Profa. Dra. Maria Lívia Nascimento, em 2016. Foi bolsista FAPESP no Doutorado. É professora associada II, na Graduação e no Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA. Foi professora colaboradora no Programa de Pós-graduação em Educação/UFPA. Integra a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (2017-2019). Integrante do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade. Foi Conselheira Titular no Conselho Federal de Psicologia (gestão 2011-2013). Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2011-2013). Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia/UFPA (gestão 2010-2011). É Bolsista de Produtividade do CNPQ-PQ-2, desde 2013. Integra o GT ANPEPP Psicologia Política. Compõe o GT Deleuze da ANPOF. Foi membro da Diretoria Nacional da ABRAPSO (2016-2017). Integra a Diretoria Nacional da ABEP (2017-2019). É associada à: ABRAPSO, ABRAPEE e ABEP. Participa do Grupo Produção de subjetividade e estratégias de poder no campo da infância e juventude. Coordena o Grupo: Transversalizando. Realiza estudos sobre: Modos de subjetivação contemporâneos, práticas de medicalização e judicialização da vida; Psicologia, justiça e políticas públicas; Recepção sócio-histórica de Michel Foucault no Brasil; Subjetividade e filosofia da diferença; Psicologia, formação, epistemologia e história; Cidade, cultura e subjetividade; Dispositivo clínico, saúde mental e direitos. Realiza estudos sobre Deleuze, Foucault e Guattari, em Esquizoanálise, Filosofia da Diferença e Arqueogenealogia.

Dolores Galindo, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Possui Pós-Doutorado (2015-2016), Doutorado (2006) e mestrado (2002) em Psicologia Social pela Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), com Doutorado Sanduíche na Universidade Autônoma de Barcelona (2004). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1999. Atua como Professora Permanente dos Programas de Pós-Graduação em Psicologia e Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso. Foi vice-coordenadora e posteriormente Coordenadora do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Estudos de Cultura Contemporânea. Na graduação, atua como Docente do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso (2013-2014). Lidera o Grupo de Pesquisa Ciências, Tecnologias e Criação (LABTECC). Foi da Diretoria Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO (2016-2017), Conselheira Alterna da ULAPSI (2016-2017) e integrou a Coordenação da Red Latinoamericana de posgrados en estudios sobre la cultura - ReLaPec (2014-2016). Compõe o GT Conhecimento,Subjetividade,Práticas Sociais da ANPEPP. Foi Vice-Presidente da Regional Centro-Oeste da Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO (2012-2013) e Secretária (2014-2015). É membro associada da ESOCITE.BR - Associação Brasileira dos Estudos Sociais das Ciências e Tecnologias, da ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social e SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Editora de seção da Athenea Digital: revista de pensamiento y investigacion Social (UAB- Espanha). Possui experiência em Psicologia como área interdisciplina, com o interesse de pesquisa voltado às epistemologias feministas em ciência, tecnologia e sociedade, em diálogo com estudos foucaultianos, orientadas à problematização de relações de poder, saber e colonialidades. Author ID 23099606000. ORCID ID: http://orcid.org/0000-0003-2071-3967. https://www.researchgate.net/profile/Dolores_Galindo.

Renata Vilela Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Mestra em Estudos de Cultura Contemporânea pelo Programa de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO), da Universidade Federal de Mato Grosso (2015), com bolsa CAPES. Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso (2013). Desenvolveu durante a graduação Projeto de Pesquisa pelo Programa Voluntariado de Iniciação Científica (2009-2010) e pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (2010-2011), com bolsa CNPq . Realiza estudos sobre os processos de medicalização e farmacologização da existência, capitalização da vida nos mercados de saúde, produção de subjetividades e interlocuções entre os estudos foucaultianos e feministas. Atualmente é Professora Titular do Curso de Psicologia do UNIVAG - Centro Universitário de Várzea Grande.

Evelyn Tarcilda Ferreira, Universidade Federal do Pará, Belém, PA

Possui graduação em Psicologia (UFPA/2001), Especialização em Gestão com pessoas (CESUPA/2007) e Formação em Dinâmica dos Grupos (SBDG/2008), Mestra em Psicologia Social (UFPA/2015). Doutoranda em Psicologia pela UFPA. Pesquisa e interessa-se por temas na interface Psicologia Social, Saúde e Educação, medicalização da educação e da sociedade, políticas públicas etc. Atua como como Psicóloga Escolar e Educacional na SEDUC, foi Professora Substituta na Faculdade de Psicologia da UFPA (2015 a 2017). Possui experiência docente e já atuou no IFPA, na Universidade Anhanguera e UNIP. Possui experiência na área de Psicologia do Trabalho e Organizacional, trabalhou com Grupos nas instituições, É membro do Núcleo Pará do Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade e do Grupo de Trabalho de Formação em Psicologia e Educação do CRP 10.

Referências

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Publicado

2019-07-30

Como Citar

LEMOS, F. C. S.; GALINDO, D.; RODRIGUES, R. V.; FERREIRA, E. T. Resistências frente à medicalização da existência. Fractal: Revista de Psicologia, v. 31, n. 2, p. 158-164, 30 jul. 2019.

Edição

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