Criação e autoria nas culturas tradicionais desde a Teoria Histórico-Cultural

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29002

Palabras clave:

criação, autoria, educação, expressões culturais tradicionais, teoria histórico-cultural

Resumen

As expressões culturais tradicionais sofrem constante subalternização a partir da organização eurocêntrica e colonial, que as deslegitima em seus saberes, cosmologias e modos de ser e viver. O não enquadramento na noção hegemônica de autoria individual nas normas de propriedade intelectual e direitos autorais é uma das formas com que esta subalternização acontece. O entendimento hegemônico de criação é pautado pela ideia moderna de indivíduo. Entretanto, os processos de criação nas expressões culturais tradicionais são coletivos e coincidem com seus processos educativos. O objetivo deste trabalho é propor, a partir da teoria histórico-cultural de Vigotski, um outro olhar para os processos de criação, sob a perspectiva de que pessoa e meio social formam uma unidade indivisível. O texto apresentado é parte de tese de doutorado em educação, de caráter teórico, e concentra suas discussões nas assimetrias entre a autoria individual e o caráter coletivo do ato criador. Conclui-se que não basta a revisão dos mecanismos legais de proteção autoral, mas é necessária uma inversão na lógica hegemônica que embasa tais instrumentos. Propõe-se como caminho um outro entendimento de criação e educação, que reconheça a expressão autêntica das pessoas detentoras de expressões culturais tradicionais.

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Biografía del autor/a

  • Saulo Pequeno, Universidade de Brasília, Brasília, DF
    Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação - PPGE da Universidade de Brasília - UnB. Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília. Bacharel em Ciências Sociais com habilitação em Antropologia pelo Departamento de Antropologia - DAN/ICS da Universidade de Brasília. Pesquisador do GEPPE/FE/UnB - Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Educativas (Grupo de Pesquisa certificado pelo CNPq). Pesquisador do Grupo de pesquisa Educação, Saberes e Decolonialidade (Grupo de Pesquisa certificado pelo CNPq).
  • Daniela Barros, Universidade de Brasília, Brasília, DF
    Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília - PPGE/FE/UnB. Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília - PPGE/FE/UnB. Pedagoga pela Faculdade de Educação da Universidade de Brasília - FE/UnB. Integrante pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Educativas - GEPPE/PPGE/FE/UnB (Certificado pelo CNPq). Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Educação, Saberes e Decolonialidades - GPES-Decolonialidades/PPGE/FE/UnB (Certificado pelo CNPq). Possui trabalhos realizados no campo da Educação, a partir da Teoria Histórico-Cultural e do Pensamento Decolonial.
  • Patricia Lima Martins Pederiva, Universidade de Brasília, Brasília, DF
    Licenciatura em Música pela Universidade de Brasília (1987); Especialização em Execução Musical pela Universidade de Brasília (2000); Mestrado em Educação (Ensino-aprendizagem) pela Universidade Católica de Brasília (2005); Doutorado em Educação pela Universidade de Brasília (2009/ Escola, Aprendizagem e Trabalho Pedagógico); Pós-Doutorado no Departamiento de Psicologia Evolutiva y Educación de la Universidad Autónoma de Madrid, España; Professora do Departamento de Métodos e Técnicas da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília; Professora do PPGE- Programa de Pós-Graduação em Educação da UnB na Linha de Pesquisa EAPS (Ensino, Aprendizagem, Desenvolvimento e Subjetividade na Educação), no Eixo de Pesquisa de Processos de Escolarização; Coodenadora do GEPPE- Grupo de Estudos e Pesquisas em Práticas Educativas(Certificado pelo CNPq); Pesquisadora de Teoria Histórico-Cultural de Lev Semionovich Vigotski

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Publicado

2019-09-04

Número

Sección

Dossiê Psicologia e Epistemologias contra-hegemônicas

Cómo citar

Criação e autoria nas culturas tradicionais desde a Teoria Histórico-Cultural. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil, v. 31, p. 208–213, 2019. DOI: 10.22409/1984-0292/v31i_esp/29002. Disponível em: https://periodicos.uff.br/fractal/article/view/29002. Acesso em: 6 dec. 2025.