Travestis brasileiras e escola: problematizações sobre processos temporais em gêneros, sexualidades e corporalidades nômades

Auteurs-es

  • Adriana Sales Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP
  • Leonardo Lemos de Souza Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP
  • Wiliam Siqueira Peres Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP

DOI :

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v29i1/1530

Mots-clés :

temporalidades, travestilidades, escola

Résumé

O presente artigo tem como propósito problematizar os processos de subjetivação relacionados às travestilidades, atravessados pelas novas configurações das expressões de gêneros, sexualidades e corporalidades, em tempos contemporâneos. Neste sentido, tem o locus da escola como cenário para se potencializar linearidades, regularidades e ordens das construções identitárias binárias destes dispositivos diante das provocações disparadas pelas presenças de estudantes travestis e os rompimentos com as lógicas essencialistas, que nada tem a contribuir com as psicologias e produções de ciências comprometidas com as garantias de direitos básicos e sexuais das pessoas nas múltiplas diversidades humanas.

Téléchargements

Les données sur le téléchargement ne sont pas encore disponible.

Bibliographies de l'auteur-e

Adriana Sales, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP

graduação em letras pela Universidade Federal de Mato Grosso (2000). Mestre pelo Programa de pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso, campus de Rondonópolis. Doutoranda em psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em psicologia da UNESP, Campus de assis/SP. Atualmente é efetiva na secretaria de Estado de educação, lotada na Superintendência de Formação dos profissionais de Educação. Professora do curso de especialização do curso Gênero e Diversidade na Escola da UFMT, Campus de Rondonópolis. Ativista social do movimento trans brasileiro desde 1998, militante para as causas das travestis no contexto escolar. Tem vasta experiência profissional, de vivência e nos movimentos sociais nas discussões que inserem as travestis, as diversidades sexuais e de gênero nos contextos escolares, sendo inclusa nestes parâmetros por ser de identidade Travesti.

Leonardo Lemos de Souza, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP

Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Psicólogo e Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP, realizou estágio pós-doutoral no Departamento de Psicologia Básica da Facultat de Psicologia da Universitat de Barcelona- UB. Atualmente é Professor Assistente Doutor da Universidade Estadual Paulista - UNESP atuando na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Membro do Grupo de Pesquisa Epistemologia e Psicologia: processos e contextos de desenvolvimento humano, do PsiCUqueer - Coletivos, Psicologias e Culturas Queer e da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia - ANPEPP. Membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT - Campus Rondonópolis. Tem como área de investigação a Psicologia Social e do Desenvolvimento Humano e seus desdobramentos na educação e na cultura contemporânea. Tem especial interesse de pesquisa os processos de subjetivação na contemporaneidade atravessados pelos marcadores juventudes, infâncias gêneros, sexualidades, ética, políticas, tecnologias e cognição.

Wiliam Siqueira Peres, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, SP

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1985), mestrado em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000), doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005) e Pós Doutorado em Psicologia e Estudos de Gênero pela Universidade de Buenos Aires. Atualmente é professor de graduaçao e pós-graduaçao (mestrado e doutorado) em Psicologia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Assis/SP. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Esquizoanálise e processos de Subjetivação, atuando principalmente nos seguintes temas: Direitos Sexuais Humanos, cidadania, sexualidades e gêneros em uma perspectiva política queer.

Références

AGAMBEN, G. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: UFMG, 2005.

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó-SC: Argos, 2009.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BENEDETTI, M. R. Toda feita: o corpo e o gênero das travestis. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.

BERTINI, M. J. Ni d’Éve ni d’Adam: défaire La differénce dês sexes. Paris: Max Milo, 2009.

BRAIDOTTI, R. Lo Pos-humano. Barcelona: Gedisa, 2013.

BRITZMAN, D. Curiosidade, sexualidade e currículo. In: LOURO, G. L. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. p. 83-111.

BUTLER, J. Gender trouble. New York: Routledge, Chapmam Hall, 1990.

BUTLER, J. Quadros de guerra: quando: a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34, 1995. v. 1.

DELEUZE, G.; PARNET, C. Conversações. São Paulo: Editora 34, 1992.

ELIAS, N. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1998.

ESCÓSSIA, L.; TEDESCO, S. O coletivo de forças como plano de experiência cartográfica. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009. p. 92-108.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. 21. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1984.

FOUCAULT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 8. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985. v. 1.

FOUCAULT, M. História da sexualidade: a vontade de saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988. v. 1

FOUCAULT, M. Estratégias de saber e poder. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. Coleção Ditos & Escritos, v. 4.

GIDDENS, A. Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1990.

GUATTARI, F. As três ecologias: Tradução de Maria Cristina F. Bittencourt. 11. ed. Campinas, SP: Papirus, 2001.

HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5. p. 07-41, 1995. Disponível em: <http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773>. Acesso em: 22 abr. 2015.

LLORET, C. As outras idades ou as idades do outro. In: LARROSA, J.; LARA, N. (Org.). Imagens do outro. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. p. 13-23.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

PASSOS, E.; KASTRUP, V.; TEDESCO, S. Pistas do método da cartografia: a experiência da pesquisa e o plano comum. Porto Alegre: Sulina, 2014.

PELBART, P. P. O tempo não-reconciliado. São Paulo: FAPESP, 1998.

PELÚCIO, L. M. Travestis, a (re)construção do feminino: gênero, corpo e sexualidade em um espaço ambíguo. Revista Anthropológicas, ano 8, v. 15, n. 1, p. 123-154, 2004. Disponível em: <http://www.revista.ufpe.br/revistaanthropologicas/index.php/revista/article/view/34/34>. Acesso em: 20 maio 2015.

PENEDO, S. L. El Laberinto queer: la identidad en tiempos de neoliberalismo. Barcelona: Egales, 2008.

PERES, W. S. Subjetividade das travestis brasileiras: da vulnerabilidade da estigmatização à construção da cidadania. Rio de Janeiro: PPG/Saúde Coletiva/UERJ, 2002.

PERES, W. S. O mal estar das sexualidades e dos gêneros contemporâneos e a emergência de uma psicologia queer. In: SOUZA, L. L.; GALINDO, D.; BERTOLINI, V. (Org.). Gênero, corpo e ativismo. Cuiabá, MT: UFMT, 2012. p. 39-56.

PERES, W. S. Psicologia e Políticas Queer. In: TEIXEIRA-FILHO, F. et al. (Org.). Queering: problematizações e insurgências na Psicologia contemporânea. Cuiabá: EdUFMT, 2013.

ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 1989.

SALES, A. Travestilidades e escola em narrativas de alunas travestis. 2012. Dissertação (Mestrado)-Universidade Federal de Mato Grosso, Rondonópolis, 2012.

SILVA, J. M. Geografias subversivas: discursos sobre espaço, gêneros e sexualidades. Ponta Grossa: TODAPALAVRA, 2009.

SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: UFMG, 2010.

Téléchargements

Publié-e

2017-04-29

Comment citer

SALES, A.; LEMOS DE SOUZA, L.; PERES, W. S. Travestis brasileiras e escola: problematizações sobre processos temporais em gêneros, sexualidades e corporalidades nômades. Fractal: Revista de Psicologia, v. 29, n. 1, p. 71-80, 29 avr. 2017.

Numéro

Rubrique

Artigos