“Meu prazer agora é risco”: sentidos sobre sexualidade entre jovens de um grupo sobre saúde
Mots-clés:
sexualidade, juventudes, riscoRésumé
A sexualidade assumiu a condição de centralidade subjetiva pelo entrecruzamento de diversos demarcadores da Modernidade, como a legitimação do saber-verdade da ciência, a afirmação da individualidade e a institucionalização dos segmentos infanto-juvenis. Partindo dessa premissa, este artigo analisa sentidos produzidos por jovens sobre “sexualidade” em um grupo de discussão sobre saúde, com base em uma pesquisa-intervenção operacionalizada por observações-participantes e pela formação de oficinas sobre saúde, em uma escola pública de Fortaleza. Acerca dos sentidos sobre “sexualidade”, as articulações entre “sexualidade” e “risco” se sobressaíram em relação às conexões entre “sexualidade” e “prazer”. Isso sugere a força de um viés educativo baseado na scientia sexualis, aludido por Michael Foucault, operando com uma visão normativa-prescritiva da sexualidade, reiterando-a, mediante o signo da “prevenção”, como tecnologia de governo. Usando como ferramenta o conceito de biopolítica, aponta-se que tais questões remetem à instalação de um paradigma de “gestão do risco” na contemporaneidade.
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