Os velhos “marionetes”: Quincas Berro D’Água, versões e construção de identidade

Autores

  • Lúcia Bettencourt UFF

Palavras-chave:

Marionetes. Dramaturgia popular. Jorge Amado. Quincas Berro D’Água

Resumo

Neste artigo, o exame do conto “A morte e a morte de Quincas Berro D’Água”, extraído de Os velhos marinheiros (1961) revela que, em sua elaboração, Jorge Amado aproveitou-se de personagens correntes na dramaturgia popular, e recorrentes em sua obra. Estas personagens, oriundas da tradição européia da “comedia dell’arte”, na ficção de Amado se mesclam à arte popular regional, de forte influência africana. Com isso, o conto pode receber uma nova leitura que deixa de privilegiar o caráter fantástico da narrativa para ressaltar o seu aspecto dramático, subvertendo a compreensão do cidadão brasileiro, Quincas, que adquire expressividade através da manifestação artística popular, já que o próprio protagonista ganha traços de marionete. Na cena final, os cabos das velas do saveiro balançam vazios após o desaparecimento do boneco que animavam, deixando em seu lugar a possibilidade de diferentes versões que o construam.

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Biografia do Autor

Lúcia Bettencourt, UFF

Formada em Português-Literaturas pela UFRJ, e mestre em Literatura pela Universidade de Yale, cursa agora o Doutorado na UFF. Possui alguns trabalhos acadêmicos publicados, tais como “Em breve cárcel de Sylvia Molloy e a leitura aprisionada” in: América Hispânica (11-12 –Ano VII:Jan-Dez-1994); “Cartas brasileiras: visão e revisão dos índios” in: Índios no Brasil. Org. GRUPIONI, L. D. B. MEC, 1994 e “Banquete, literatura e civilização” in: Cadernos de Letras da UFF (11 - 1996). Prêmio Osman Lins de Contos, com o texto “A cicatriz de Olímpia”, Recife, 2005. Prêmio SESC Categoria Contos, com seu livro A secretária de Borges, publicado pela Record, 2006. Prêmio Josué Guimarães, pelos contos “Manhã”, “A caixa” e “A mãe de Proust”, Jornada Literária de Passo Fundo, 2007.

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Publicado

2008-06-30

Como Citar

Bettencourt, L. (2008). Os velhos “marionetes”: Quincas Berro D’Água, versões e construção de identidade. Gragoatá, 13(24). Recuperado de https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33168