A pele-poema ou O livro carburante explosivo - uma leitura de Luís Miguel Nava
Palavras-chave:
Luís Miguel Nova, experiência da escrita, sentidos, dissolução do sujeitoResumo
Este artigo propõe uma leitura de Luís Miguel Nava, tentando abordar a sua poética como um pensamento - um pensamento do corpo. Partimos de um texto teórico do poeta, em que denuncia o privilégio do intelecto e afirma a sensibilidade como critério de aferição não apenas da poesia, mas de tudo que nos rodeia. Nova aposta numa concepção alargada da palavra sentido, estendendo-a a "tudo o que nós percepcionamos, quer por via intelectual, quer através da pele ou através do coração". O poeta procura, assim, resgatar as componentes sensual e afetiva etimologicamente entrelaçadas no termo, mas rechaçadas por uma tradição do pensamento que procurou fazer da razão o único instrumento legítimo de aferição da realidade. Nesta perspectiva, os signos do mundo ganham sentido para nós não apenas na medida em que os compreendemos, mas na medida em que nos afetam corporalmente. E ser afetado por algo significa ser transformado, outrado. Buscamos, enfim, articular as idéias teóricas desenvolvidas pelo escritor com a expressão que elas assumem na linguagem poética. Veremos que o corpo e seus sentidos se transformam numa via de conhecimento que ganha contornos muito específicos através da experiência subjetiva da escrita. Uma experiência que não se dá sem o abalo do princípio identitário e o risco da dissolução absoluta do sujeito.Downloads
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