A pele-poema ou O livro carburante explosivo - uma leitura de Luís Miguel Nava

Auteurs

  • Carla Miguelote UFF

Mots-clés:

Luís Miguel Nova, experiência da escrita, sentidos, dissolução do sujeito

Résumé

Este artigo propõe uma leitura de Luís Miguel Nava, tentando abordar a sua poética como um pensamento - um pensamento do corpo. Partimos de um texto teórico do poeta, em que denuncia o privilégio do intelecto e afirma a sensibilidade como critério de aferição não apenas da poesia, mas de tudo que nos rodeia. Nova aposta numa concepção alargada da palavra sentido, estendendo-a a "tudo o que nós percepcionamos, quer por via intelectual, quer através da pele ou através do coração". O poeta procura, assim, resgatar as componentes sensual e afetiva etimologicamente entrelaçadas no termo, mas rechaçadas por uma tradição do pensamento que procurou fazer da razão o único instrumento legítimo de aferição da realidade. Nesta perspectiva, os signos do mundo ganham sentido para nós não apenas na medida em que os compreendemos, mas na medida em que nos afetam corporalmente. E ser afetado por algo significa ser transformado, outrado. Buscamos, enfim, articular as idéias teóricas desenvolvidas pelo escritor com a expressão que elas assumem na linguagem poética. Veremos que o corpo e seus sentidos se transformam numa via de conhecimento que ganha contornos muito específicos através da experiência subjetiva da escrita. Uma experiência que não se dá sem o abalo do princípio identitário e o risco da dissolução absoluta do sujeito.

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Biographie de l'auteur

Carla Miguelote, UFF

Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense e Mestranda em Literatura Portuguesa e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, pela mesma instituição. Atualmente, prepara dissertação sobre o poeta Luís Miguel Nava. Tem duas traduções do francês publicadas na Contracampo - Revista do Mestrado em Comunicação, Imagem e Informação da UFF: O corpo do bailarino, do filósofo José Gil (2000), e O nova mundo dos arquivos, de James Turner (1998). É autora de Histórias de Oriximiná, livro de crônicas publicado pela Proex/UFF (2000). Tem também trabalhos como roteirista e documentarista, tendo sido premiada pelo Primeiro Concurso de Roteiros para Filmes Científicos da Faperj, com o roteiro Liberdade Confinada (2000).

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Publiée

2005-07-19

Numéro

Rubrique

Artigos de Linguagem