Ensino de literaturas e decolonialidade: por uma educação literária democrática

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i56.49166

Palabras clave:

Educação literária. Direitos humanos. Democracia. Decolonialidade. Ensino de Literatura.

Resumen

O que se entende por “democracia” e por “direitos humanos” quando se defende uma educação literária democrática? E quando se defende a democratização das artes, em especial, da literatura? Partindo de um incômodo com algumas respostas a essas questões, cristalizadas na crítica literária e nas práticas de ensino de literaturas, este artigo tem o objetivo de problematizar e refletir sobre as concepções de democracia e de direitos humanos que embasam o ensino de literaturas no Brasil, propondo uma guinada a partir das teorias decoloniais. Para isso, revisitamos a obra “O direito à literatura”, de 1988, de Antonio Candido (2011), que se tornou referência básica em crítica, teoria, didática e ensino de literaturas até os dias de hoje, demonstrando como sua teoria se concentra na classe econômica e na apresentação dos bens culturais nacionais-universais em via de mão única para os estudantes desprivilegiados. Posteriormente, ainda que reconheçamos a relevância histórica da teoria de Candido, buscamos demonstrar, a partir da leitura de hooks (2017; 2019), Walsh (2009), Melo (2020) e outros autores, sua insuficiência para lidar com a realidade contemporânea dos jovens dentro e fora da escola. A partir daí, refletimos sobre a necessidade de um ensino de literaturas democrático, em direitos humanos, que se construa em diálogo e negociação não apenas com os grupos subalternos pertencentes a classes econômicas inferiores, mas também com os grupos subalternizados pela etnia, raça, gênero, sexualidade, localização geográfica etc., isto é, um ensino que se construa inclusive através da escuta.

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Biografía del autor/a

Rodrigo Corrêa Martins Machado, Universidade Federal de Ouro Preto

Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal de Ouro Preto. Graduado em Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestre em Letras por essa mesma instituição, doutor em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui pós-dourorado em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os seus interesses de pesquisa se focalizam no ensino de Literatura; formação de professores de literatura; letramento literário, multiletramentos e novos letramentos; literaturas de língua portuguesa, literatura LGBTQIA+

Douglas Vinicius Souza Silva, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), na área de Linguagem e Educação, desenvolveu sua dissertação, financiada pela CAPES, sobre a literatura nas práticas formais escolares e informais digitais do YouTube. Atualmente cursa o doutorado e desenvolve a tese sobre literatura e Direitos Humanos nas narrativas e memórias de ex-alunos do ensino básico. Licenciado em Letras (2015) e bacharel em Estudos Literários (2017) pela UNICAMP, adquiriu experiência na área de Letras, com ênfase em literatura, ensino de literatura, história e teoria literária, principalmente em temas relacionados à literatura brasileira, identidade nacional, estudos pós-coloniais e Direitos Humanos.

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Publicado

2021-09-29

Cómo citar

Corrêa Martins Machado, R., & Souza Silva, D. V. (2021). Ensino de literaturas e decolonialidade: por uma educação literária democrática. Gragoatá, 26(56), 1207-1240. https://doi.org/10.22409/gragoata.v26i56.49166