ESTADO-NAÇÃO E HOMOGENEIZAÇÃO DE POVOS:
UMA ANÁLISE CRÍTICA DA FORMAÇÃO DO EXÉRCITO ANGOLANO
Palabras clave:
Estado-nação, Exército nacional, AngolaResumen
Após centenas de anos de colonização portuguesa, Angola se tornou independente em 1975. Entretanto, o Acordo de Alvor (1975) integrou as forças armadas dos três movimentos rivais de libertação do país — a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) — no que veio a se tornar o Exército Nacional Angolano. Diante deste contexto, o objetivo da pesquisa é analisar criticamente o conceito de Estado-nação e sua aplicação na formação do exército angolano, evidenciando a incongruência dessa correlação: sua natureza utópica com base em preceitos de homogeneização de povos originários de um mesmo território. Utilizando-se de uma metodologia qualitativa, com uma abordagem hipotético-dedutiva, parte-se da hipótese de que a tal correlação instigou ainda mais conflitos e inimizades entre esses
grupos. Para fundamentar a análise, recorre-se a autores clássicos para as relações internacionais, que abordam e discutem diferentes conceitos de guerra e estratégia, Nicolau Maquiavel (2019) e Carl Von Clausewitz (s.d.), além de autores contemporâneos que contribuem para a reflexão, como Ernest Gellner (1983), Carlos Marighella (2003), John Paul Lederach (1997) e José Murilo de Carvalho (1990).
Descargas
Referencias
BAUGH, L. Sue. Proxy war. Britannica, 23 jan. 2025. Disponível em: https://www.britannica.com/topic/proxy-war. Acesso em: 17 fev. 2025.
BITTENCOURT, Marcelo. Modernidade e atraso na luta de libertação angolana. In:
REIS, Daniel Aarão; ROLLAND, Denis (Org.). Modernidades Alternativas. Rio de Janeiro:
FGV, p. 277-294, 2008.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Estado, Estado-nação e formas de intermediação
política. Lua Nova, São Paulo, n. 100. p.155-185, jan 2017. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ln/a/3WBTjZLvpPzdLqdxxbCVNTQ/#. Acesso em: 15 jul 2024.
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República no Brasil.
São Paulo: Editora Schwarcz Ltda, 1990.
CASTRO, Thales. Teoria das Relações Internacionais. Brasília: FUNAG, 2012.
CLAUSEWITZ, Carl von. Da Guerra. Tradução de CMG (RRm) Luiz Carlos Nascimento e
Silva do Valle. [s.l.]: [s.n.], [s.d.].
DA SILVA, Igor Castellano; MARTINS, José Miguel Quedi. National Army and State-
Building in Africa: The Brazilian Approach in the Case of the Democratic Republic Of The Congo. Austral: Brazilian Journal of Strategy & International Relations, v.3, n.5, p.137-179, jan-jun.2014 Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/austral/article/view/45176/30180. Acesso em 17 jul. 2024.
DOYLE, Michael. Kant, liberal legacies, and foreign affairs. Philosophy and public affairs,
v.12, n.3, p. 205-235, 1983.
FEIJÓ, Brunna Bozzi. Independência ou Revolução? Uma análise do processo de
independência de Angola a partir da sua transformação de guerra anticolonial a microcosmo
da Guerra Fria. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em 2011), Universidade Federal
de Porto Alegre, 2011.
FLORENZANO, Modesto. Sobre as Origens e o Desenvolvimento do Estado Moderno no
Ocidente. Lua Nova, São Paulo, n.71, p. 11-39, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-
GELLNER, Ernest. Nations and Nationalism. Oxford UK & Cambridge USA: Blackwell,
GROSS, Leo. The Peace of Westphalia, 1648-1948. The American Journal of International
Law, v. 42, n.1, p. 20-41, 1948. DOI: https://doi.org/10.2307/2193560.
HOBBES, Thomas. Leviatã: ou a matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. 3.
ed. São Paulo: Ícone, 2008.
HORING, Jéssica da Silva. Os movimentos de libertação nacional em Angola : trajetória
política, guerra civil e impactos sobre a construção do estado (1975-2002). Trabalho de
Conclusão de curso (Graduação em 2015). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2015. Disponível
em:https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/140501/000988807.pdf?sequence=1&isAllo
wed=y. Acesso em: 18 de jul. 2024.
LEDERACH, John Paul. Building Peace: Sustainable Reconciliation in Divided Societies.
United States Institute of Peace, 1997.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. Tradução de Mário e Celestino da Silva. Brasília:
Senado Federal, 2019. (Edições do Senado Federal; v. 248).
MARIGHELLA, Carlos. Manual do Guerrilheiro Urbano. [s.l.]: [s.n.], 2003.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social. Porto Alegre: L&PM, 2012.
SAINT-PIERRE, Héctor Luis. A Política Armada: Fundamentos da Guerra Revolucionária.
São Paulo: Editora Unesp, 2000.
VISENTINI, Paulo Fagundes. As Revoluções Africanas: Angola, Moçambique e Etiópia.
São Paulo: Editora Unesp, 2012.
WEBER, Max. Ciência e Política: Duas Vocações. São Paulo: Editora Cultrix, 2011.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Liz Yumi Barreto Tamezava

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
1. PROPOSTA DE POLÍTICA PARA PERIÓDICOS DE ACESSO LIVRE
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Internacional Creative Commons Attribution - Share Alike 4.0 que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).

