João Francisco dos Santos não é Madame Satã: Colonialidades, Racismo e a disputa de Imaginários acerca de Sujeitos Negros LGBTQIAP+
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v17i1.54618Palavras-chave:
João Francisco dos Santos, Racismo, Cinema, Negritude, Madame SatãResumo
Este artigo parte da inquietação de um sujeito-pesquisador negro em investigar como as colonialidades contribuem na reconfiguração do racismo na narrativa, histórica e audiovisual, do ícone da contracultura brasileira, João Francisco dos Santos, inspiração para o filme Madame Satã (2002). Na tentativa de reivindicar a condição de sujeito, no lugar da objetificação desse artista, debruça-se sobre os estudos raciais, ancorando-se, principalmente, em autoras e autores negras, bem como nos estudos decoloniais. Conclui-se que, ainda que se retrate parte da vida artística de João Francisco dos Santos, o racismo, bem como as LGBTQIAP+fobias, são reelaborados no imaginário popular a partir da manutenção de alcunhas racistas, mesmo na obra de Karim Aïnouz, narrativa ficcional onde há espaço para fabulações.
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