Leslie e Ofelia, meninas que ousam sair do quarto: espaço, feminilidade e corpo em Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno

Autores

  • Karina Gomes Barbosa Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

DOI:

https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38707

Palavras-chave:

meninas, espaço, corpo, feminilidade, cinema

Resumo

Este artigo busca refletir acerca de representações cinematográficas que articulam o ser-menina com uma temporalidade, mas também com os espaços percorridos pelas personagens, compreendendo também como esses corpos ocupam tais espaços. Investigamos os modos pelos quais a tecnologia de gênero do cinema opera em produtos culturais que veiculam representações de meninas desafiadoras das narrativas da contenção patriarcal e de feminilidade hegemônica. Para tanto, partimos de uma análise cultural crítica das personagens Leslie e Ofelia, protagonistas dos filmes Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno, respectivamente, cotejando os estudos feministas de inflexão culturalista, sobretudo, assim como teorias do cinema. Em ambos os filmes, o dispositivo pedagógico cinematográfico oferece lições para esses corpos que ousam ocupar espaços que não lhes pertencem.

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Biografia do Autor

Karina Gomes Barbosa, Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP

Doutora em Imagem, Som e Escrita pela Universidade de Brasília (UnB), onde também é mestre e graduada em Jornalismo e em Relações Internacionais. Professora Adjunta do Departamento de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Temporalidade da Ufop. Coordenadora do grupo de pesquisa Ponto e do programa de extensão Sujeitos de suas histórias. Pequisadora de estudos feministas e mídia, com pesquisas centradas em audiovisual, infância, afetos e narrativa.

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Publicado

2020-02-19

Como Citar

Gomes Barbosa, K. (2020). Leslie e Ofelia, meninas que ousam sair do quarto: espaço, feminilidade e corpo em Ponte para Terabítia e O labirinto do fauno. Mídia E Cotidiano, 14(1), 133-156. https://doi.org/10.22409/rmc.v14i1.38707