A imprensa como instituição política no Brasil: os reflexos dos ideais modernos em um cenário de cultura digital, desinformação e pós-verdade
DOI:
https://doi.org/10.22409/rmc.v16i2.53212Palavras-chave:
modernidade, jornalismo, política, consumo, desinformaçãoResumo
O processo de consolidação do Estado Moderno foi marcado por mudanças econômicas, políticas e sociais, especialmente com a ascensão da classe burguesa que teve papel essencial no fomento de uma cultura do consumo. Neste contexto, cresce a influência da imprensa na sociedade, consolidando-se não somente como uma instituição formadora de opinião, mas também como um instrumento político e relevante para constituir os ideais capitalistas na sociedade. Assim, a notícia deixa de ter um papel apenas emancipador e cidadão, e passa a ser tratada também como mercadoria. Diante disso, este artigo busca, a partir de uma pesquisa bibliográfica, investigar os reflexos do contexto moderno na imprensa brasileira, que ganha força após o processo de Independência do país, e discorrer sobre os impactos dessa construção na atualidade frente a um cenário de cultura digital, pós-verdade e desinformação.
Downloads
Referências
ALBUQUERQUE, Afonso de. A mídia como “Poder Moderador”: uma perspectiva comparada. In: 17° ENCONTRO ANUAL DA COMPÓS. Anais [...] Campinas: Galoá, 2008.
AUSANI, Mariana F. Jornalismo político on-line no facebook e as interações do público: usos, apropriações e posicionamentos dos usuários. Dissertação (Mestrado em Comunicação) - Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
BARSOTTI, Adriana. Da fase romântica do jornalismo político e literário à era da internet:
o jornalismo e a busca por legitimação. In: XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Anais [...] Foz do Iguaçu, Paraná, 2014.
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Cia das Letras, 2008.
BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.
CABRAL, Eula Dantas Taveira. Mídia no Brasil: Concentração das Comunicações e Telecomunicações. Revista Eptic, v. 17, n. 3, 2015.
CARDOSO, Ivelise A. Propagação e influência de pós-verdade e fake news na opinião pública. Dissertação (Mestrado em Interfaces Sociais da Comunicação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
CITELLI, Adilson. Comunicação e Educação: o problema da aceleração temporal. In: NAGAMINI, Eliana. (org.) Questões teóricas e formação profissional em comunicação e educação. Ilhéus: Editus, 2015, pp. 11-23.
CRARY, Jonathan. Capitalismo tardio e os fins do sono. São Paulo: Cosac Naify, 2014.
DA EMPOLI, Giuliano. Os engenheiros do caos. São Paulo: Vestígio, 2020.
D’ANCONNA, Matthew. Pós-verdade: a nova guerra contra os fatos em tempos de fake news. Barueri: Faro Editorial, 2018.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Comentários sobre a sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
DEUZE, Mark. Liquid journalism. Political Communication Report, v. 16, n. 1, 2006.
FARIAS, Luiz Alberto de; CARDOSO, Ivelise; OLIVEIRA, Paulo Roberto Nassar. Comunicação, opinião pública e os impactos da revolução digital na era da pós-verdade e fake news. In: Organicom, v. 17, n. 34, 2020.
FERNANDES, Florestan. A Revolução Burguesa no Brasil: ensaio de interpretação sociológica. São Paulo: Globo, 2005.
GAY, Peter. A experiência da burguesa da Rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2012.
GOMES, Wilson da Silva.; DOURADO, Tatiana. Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia. Estudos em Jornalismo e Mídia, v. 16, n. 2, 2019.
GROSSI, Angela Maria; SOARES DOS SANTOS, Gabriella. Jornalismo e credibilidade: Uma percepção do público. Ámbitos. In: Revista Internacional de Comunicación, v. 42, 2018, p. 40-54.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
HOBSBAWN, Eric. A Era dos extremos: o breve século XX, 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HOBSBAWN, Eric. A era das revoluções. 1789-1848. São Paulo: Paz e Terra, 2009.
KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom. Os elementos do jornalismo: o que os jornalistas devem saber e o público exigir. São Paulo: Geração Editorial, 2003.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 2010.
MACHADO, Elias. La estrutura de la noticia en las redes digitales. Tese (Doutorado em Jornalismo e Ciências da Comunicação) - Universidade Autónoma de Barcelona, Barcelona, 2000.
MARQUES, Fábio Cardoso. Uma reflexão sobre a espetacularização da imprensa. In: COELHO, Cláudio Novaes Pinto; CASTRO, Valdir José (org.). Cultura, comunicação e espetáculo. São Paulo: Paulus, 2018.
MARX, Karl. O Manifesto Comunista [1848]. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2002.
MCCOMBS, Maxwell. Teoria da Agenda: a mídia e a Opinião. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
MCINTYRE, Lee. Post-Truth. Cambridge, MA: MIT Press, 2018.
MELO, José Marques de. Jornalismo brasileiro. Porto Alegre: Sulina, 2003.
NEVEU, Erik. Sociologia do jornalismo. Edições Loyola, São Paulo, 2006.
OLIVEIRA, Rodrigo Santos de. A relação entre a história e a imprensa, breve história da imprensa e as origens da imprensa no Brasil (1808-1930). Historiæ, v. 2, n. 3, 2011.
OXFORD DICTIONARIES. Oxford dictionaries word of the year 2016. Londres, 2016. Disponível em: <https://www.oxforddictionaries.com/press/news/2016/12/11/WOTY-16OXFORD DICTIONARIES>. Acesso em: 28 nov. 2021.
PARISER, Eli. O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Rio de Janeiro:
Zahar, 2012.
PIERANTI, Otavio; MARTINS, Paulo. Nelson Werneck Sodré e “História da Imprensa no Brasil”: uma Análise da Relação entre Estado e Meios de Comunicação de Massa. In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Anais [...] Brasília, 2006.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
RIBEIRO, Elaine; MAGNONI, Antonio; ROSA, Luciane; SIMON, Luciana. Educação, Comunicação E Cultura Digital: Reflexões Sobre Caminhos Possíveis. In: 2º Congresso Internacional Multidisciplinar. Anais [...] Agudos: Faculdade de Agudos, 2018.
RIBEIRO, Márcio Moretto.; ORTELLADO, Pablo. O que são e como lidar com as notícias falsas: dos sites de notícias falsas às mídias hiper-partidárias. Sur - Revista Internacional de Direitos Humanos, v. 15, n. 27, p. 2018.
ROCHLIN, Nick. Fake news: belief in post-truth. Library Hi Tech, v. 35, n. 3, 2017
RÜDIGER, Francisco. Tendências do jornalismo. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1998.
SANTAELLA, Lucia. A pós-verdade é verdadeira ou falsa? São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2018.
SILVA, Gislene; SOARES, Rosana de Lima. Da necessidade e da vontade de se consumir notícia. Comunicação, Mídia e Consumo, v. 8, n.23, 2011.
SILVA, Luiz Martins da. O jornalismo como teoria democrática. In: CHRISTOFOLETTI, R. (org). Vitrine e vidraça: crítica de mídia e qualidade no jornalismo. Covilhã: LabCom Books, 2010.
SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.
SOUSA, Jorge Pedro. Teorias da notícia e do jornalismo. Chapecó: UniChapecó/Argos, 2002.
TASCHNER, Gisela. Folhas ao vento: análise de um conglomerado jornalístico no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
THOMPSON, John Brookshire. A mídia e a modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
WARDLE, Claire; DERAKHSHAN, Hossein. Information Disorder: Toward an interdisciplinary framework for research and policy making. Council of Europe, 2017.
##submission.downloads##
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).