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  • Chamada de artigos para integrar o Dossiê 29: Narrar: gesto metodológico e indagação epistemológica

    2024-12-13

    Tema: Narrar: gesto metodológico e indagação epistemológica

    Organizadoras: Ana Cabral (UFF), Daniele Caron (UFRGS), Flavia Araújo (UFAL).

    Observação geral: O dossiê integrará a edição de março de 2025, e o prazo para envio das colaborações é até 28 de fevereiro de 2025, através do site da revista http://periodicos.uff.br/pragmatizes/

    Destacamos que as normas editoriais do periódico indicam a necessidade dos artigos serem de autoria de pesquisadores doutores, ao menos um dos autores, e que todos os autores e coautores estejam cadastrados na plataforma https://orcid.org/, e que a identificação deve constar nos dados cadastrados na plataforma da revista. As diretrizes para autores(as) encontram-se no seguinte link: https://periodicos.uff.br/pragmatizes/about/submissions

     

    Apresentação da temática:

    Desde a força e pertinência de letramentos até então elididos das práticas de escrita e construção do conhecimento científico, a presença de metodologias narrativas têm ganhado relevo nos debates epistêmicos em diversos campos do conhecimento e suas transversalidades. Um movimento que, ainda que mais evidente nos últimos anos, sustenta-se em décadas de embates, análises e construções acadêmicas exigidas e realizadas junto aos movimentos sociais, num pensamento ancorado em epistemologias decoloniais e/ou contracoloniais, fundamentado em cosmopercepções ancestrais afrodiaspóricas, dos Povos Originários e da Floresta.

    Além das epistemologias feministas, particularmente do feminismo negro, que fundamentam a perspectiva interseccional enquanto metodologia de análise (Akotirene, 2019). Estas contribuem para a dissolução de estruturas colonialistas como o machismo, patriarcado e cisheteronormatividade. E corroboram para a ideia de que o futuro pode vir a ser feminino, regido pela perspectiva matriarcal (Federici, 2018), com a valorização de tecnologias do cuidado e afeto, tal como muitos povos ancestrais (Le Guin, 2021). No Brasil, intelectuais indígenas, negros, quilombolas, periféricos, tais como: Conceição Evaristo, Maria Carolina de Jesus, Djamila Ribeiro, Carla Akotirene, Nego Bispo, Ailton Krenak, Davi Kopenawa, Lelia Gonzalez e Leda Maria Martins, entre muitos outros, são valorizados por suas contribuições, que relacionam arte, ciência e filosofia, e que sinalizam caminhos investigativos e de urgência, por desenvolvimentos metodológicos do “saber-fazer” do cotidiano, como ensina Nego Bispo, em conjunções e tensionamentos com os fazeres acadêmicos.

    Assim, a presença das narrativas como modo de fazer e como questão nas pesquisas e publicações fala de uma radicalidade na retirada de consequência do que e com quem se fala, evidenciando novos fôlegos e pertinências nas apostas em outras plásticas do texto acadêmico como parte inerente à investigação (Cusicanqui, 2021, Moraes, Tsallis, 2016; Haraway, 1995; Ingold, 2015; Araujo, Cabral, Araújo et al. 2016). O que aponta para uma não dissociação entre conteúdo e forma, aciona uma indissociabilidade entre estética e política, e, igualmente, convoca um projeto ético que se contrapõe aos ideais da neutralidade científica e à violência da objetificação dos que coexistem nos processos de construção de uma pesquisa. 

    O chamado para este dossiê é, portanto, parte de um esforço crítico-analítico e experimental-ensaístico desde os diversos lugares de fala pelos quais operamos nossos ferramentários na produção do conhecimento e fazemos comparecer a narrativa como questão e/ou método nos estudos com as culturas e territórios. Ao assumir o interesse pelas transversalidades disciplinares, o convite para este Dossiê é uma estratégia de coletivização e escuta sobre os modos de sustentação das presenças e discursividades, no texto e no cotidiano dos processos de pesquisa e extensão. Convoca também a aposta nas simetrias epistêmicas, no compartilhamento de expertises, e como, diante delas, nos posicionamos, nos descentramos, tomamos lugar. E ainda, o desafio de um processo-escrita no qual o rigor não pode ser confundido com a rigidez, e sim como um esforço conceitual e metodológico com que se tem acionado a palavra narrativa nesses mesmos estudos.

    Pois, efetivamente, narrativa é uma palavra tão corriqueira quanto exigente, um conceito vulgar, comum, ao alcance de todos. No entanto, compreendemos que a irreflexão com que a palavra "narrar" pode ser rapidamente tomada, estetizada e utilizada, escasseia aquilo mesmo que carregaria de mais auspicioso, e que poderia se expressar em indagações como: O que se faz quando se narra? Que lugar se ocupa quando se narra? O que acontece quando se narraCOM? Entre tantas outras que conduzem o pensamento pelo recolhimento de consequências ético-estético-políticas nos processos de pesquisa.  Um gesto fundamental para se deixar de tomar as "narrativas" como elementos a serem coletados e interpretados por pessoas que, desde uma posição privilegiada, podem fazer as perguntas. E que, quando decifradas em dados, correm o risco de ingressar também, na lógica moderna da escalabilidade (Tsing, 2016), eliminando-se assim o gesto que depende invariavelmente “das circunstâncias, dos encontros, das criações de relação” (Stengers, 2023, p. 13) para um conhecer/pensar/fazer situado.  

    Assim, o dossiê convida a pensar a narrativa como abertura epistemológica capaz de reconhecer heterogeneidades que compõem culturas, experiências e territórios; abertura capaz de acolher práticas e discursividades instauradas a partir de confrontos e encontros, perturbações, conflitos, parcerias, desvios e mundos diversos que coexistem. Se - conforme a pensadora maori Linda Smith aponta criticamente - “a pesquisa [enquanto prática e instituição] tem sido o encontro entre o Ocidente e o Outro” (Smith, 2018, p. 19), narrar, como gesto de pesquisa, pode ser um exercício articulado às demandas por alianças decoloniais e contra-coloniais, formas de dizer e sustentar projetos societários que escapam daqueles moldados pelo capitalismo, projetos de mundo desejáveis e por se pensar, problemas e perguntas que estão por se formular. 

    Nessa perspectiva, fazer pesquisa exige reconhecermos as distâncias e pertencimentos, conexões e coexistências, implicados em relação às vidas e às lutas pautadas por processos colonialistas: exploratórios, racistas, capacitistas, patriarcais, cis-heteronormativos. O movimento comporta uma radicalidade que a antropóloga Rita Segato (2020) demarca: não mais olhar o outro para conhecê-lo, senão conhecer a nós mesmos no olhar do outro; um fazer pesquisa que aceita ser perguntado, aceita o caminhar tateante e o método, ele mesmo, como desvio (Gagnebin, 1999). O que desse gesto e exercício resta é pensar com Isabelle Stengers (2023) uma racionalidade não mais acionada pela ideia de avanço/progresso, propagada pela ciência moderna e compartimentada, mas sim como experiência de aprendizagem compartilhada.

    Buscamos, portanto, reunir textos que, diante de um contexto social, ambiental, político e planetário tão problemático, coloquem práticas e processos investigativos acionados pela narrativa em perspectiva, no sentido de aportar conhecimento teórico-prático ao campo dos estudos culturais em interface com os distintos campos do saber, em um viés multidisciplinar e situado. Além de fazer comparecer gestos e falas nascidos de territorialidades histórica e sistematicamente ameaçadas que emergem do experimento do encontro (Stengers, 2023), e de novas alianças em processos de pesquisa.

     

    Referências:

    CUSICANQUI, Silvia Rivera. Ch’ixinakax utxiwa: uma reflexão sobre práticas e discursos descolonizadores. São Paulo: N-1 Edições, 1ª ed. 2021. 128 p. 

    FEDERICI, Silvia. O Calibã e a bruxa. São Paulo: Editora Elefante, 2018.

    GAGNEBIN, Jeanne Marie. História e Narração em Walter Benjamin. 1999.

    HARAWAY, Donna. Ficar com o problema: fazer parentes no Chthluceno. São Paulo: N-1 edições, 2023.

    ______. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, n. 5, p. 7-41, 2009.

    KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras. 2022.

    LE GUIN, Ursula K. A teoria da bolsa da ficção. Disponível em: https://bandarra.medium.com/a-teoria-da-sacola-aplicada-%C3%A0-fic%C3%A7%C3 %A3o-a4a7dd5866e . Acesso em 24 de maio de 2024. 

    MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

    MORAES, Marcia; TSALLIS, Alexandra C.. Contar histórias, povoar o mundo: a escrita acadêmica e o feminino na ciência. Rev. Polis Psique,  Porto Alegre ,  v. 6, n. spe, p. 39-51,  jan.  2016.

    OLIVEIRA, Joana C. de. Prefácio: Um encontro com O cogumelo no fim do mundo. In: TSING, 2022b.

    OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. Visualizing the Body: Western Theories and African Subjects. In: COETZEE, Peter H.; ROUX, Abraham P.J. (eds). The African Philosophy Reader. New York: Routledge, 2002, p. 391-415. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/oy%C3%A8r%C3%B3nk%E1%BA%B9%CC%81_oy%C4%9Bw%C3%B9m%C3%AD_-_visualizando_o_corpo.pdf. Acesso em: 10 abr 2023. 

    SANTOS, Antônio Bispo. A Terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu Editora/Piseagrama, 2023. 

    SEGATO, Rita. Cenas de um pensamento incômodo. Gênero, cárcere e cultura em uma visada decolonial. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2022.

    SMITH, Linda. T. Descolonizando metodologias: pesquisas e povos indígenas. Curitiba: Editora UFPR, 2018.

    STENGERS, Isabelle. Uma outra ciência é possível: manifesto por uma desaceleração das ciências. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2023.

    TSING, Anna Lowenhaupt. Margens Insubordinadas: Cogumelos como Espécies Companheiras, Noosfera, 2016. 

    _______. O cogumelo no fim do mundo: sobre a possibilidade de vida nas ruínas do capitalismo. São Paulo: n-1 edições, 2022.

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  • Próximos dossiês

    2024-12-13

    Artigos livres, Resenhas e Entrevistas

    A Revista Pragmatizes recebe artigos livres, resenhas e entrevistas em fluxo contínuo.

     

    Próximos dossiês:

    Dossiê 29: Narrar: gesto metodológico e indagação epistemológica

    Organizadoras: Ana Cabral (UFF), Daniele Caron (UFRGS), Flavia Araújo (UFAL).

    O dossiê convida a pensar a narrativa como abertura epistemológica capaz de reconhecer heterogeneidades que compõem culturas, experiências e territórios; abertura capaz de acolher práticas e discursividades instauradas a partir de confrontos e encontros, perturbações, conflitos, parcerias, desvios e mundos diversos que coexistem. Busca-se reunir textos que, diante de um contexto social, ambiental, político e planetário tão problemático, coloquem práticas e processos investigativos acionados pela narrativa em perspectiva, no sentido de aportar conhecimento teórico-prático ao campo dos estudos culturais em interface com os distintos campos do saber, em um viés multidisciplinar e situado.

    Cronograma: Submissão até 28/02/2025. Publicação em setembro de 2025.

     

    Dossiê 30: Formação em Organização da Cultura

    Organizadorxs: Carla Rabelo (UNILA), Leonardo Costa (UFBA), Renata Rocha (UFBA).

    A cultura assume uma extensa gama de formas de organização, e para além do criador/artista surgem profissionais dedicados especificamente à divulgação e à organização das atividades relativas ao percurso que separam as obras de seus públicos. O dossiê se dedica a reflexões em torno da formação em organização da cultura, recebendo trabalhos que se dediquem a temas como: Abordagens teórico-metodológicas sobre a formação em organização da cultura; Demandas e necessidades de formação, qualificação e aprimoramento profissional; Diagnósticos sobre formação em organização da cultura no Brasil e em outros países; Políticas públicas para formação e inserção dos profissionais da organização da cultura; Currículos, formatos e abordagens adotados em espaços de formação em organização da cultura existentes no Brasil e em outros países; Dados sobre o perfil dos ingressantes e de egressos nos cursos da área; Relatos de experiências de fóruns de debates, eventos acadêmicos e novos cursos dedicados à temática; Experiências extensionistas em Organização da Cultura e suas relações indissociáveis com pesquisa e ensino; Análises sobre inserção e ensino de componentes curriculares de Organização da Cultura; Diversidade, acessibilidade e inclusão na formação na área; Mercado de trabalho e os caminhos profissionais dos egressos.

    Cronograma: Submissão até 31/10/2025. Publicação em março de 2026.

     

    Informações sobre submissão de artigos: https://periodicos.uff.br/pragmatizes/about/submissions.

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  • Prorrogada até 30 de novembro de 2024 a chamada dossiê 28: Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as transformações da cultura

    2024-10-28

    Tema do dossiê: Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as transformações da cultura

    Organizadores: William de Goes Ribeiro (UFF), Flávio Soares Alves (UNESP) e Rosenverck Estrela Santos (UFMA).

    Prorrogada até 30 de novembro de 2024 a chamada.

     

     

    Observação geral: O dossiê integrará a edição de março de 2025, envios através do site da revista http://periodicos.uff.br/pragmatizes/

    Destacamos que as normas editoriais do periódico indicam a necessidade dos artigos serem de autoria de pesquisadores doutores, ao menos um dos autores, e que todos os autores e coautores estejam cadastrados na plataforma https://orcid.org/, e que a identificação deve constar nos dados cadastrados na plataforma da revista. As diretrizes para autores(as) encontram-se no seguinte link: https://periodicos.uff.br/pragmatizes/about/submissions

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  • Artigos para integrar o dossiê 28: Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as transformações da cultura

    2024-08-03

    Tema do dossiê: Hip-Hop no Brasil: a produção de sentidos e as transformações da cultura

    Organizadores: William de Goes Ribeiro (UFF), Flávio Soares Alves (UNESP) e Rosenverck Estrela Santos (UFMA).

    Observação geral: O dossiê integrará a edição de março de 2025, e o prazo para envio das colaborações é até 31 de outubro de 2024, através do site da revista http://periodicos.uff.br/pragmatizes/

    Destacamos que as normas editoriais do periódico indicam a necessidade dos artigos serem de autoria de pesquisadores doutores, ao menos um dos autores, e que todos os autores e coautores estejam cadastrados na plataforma https://orcid.org/, e que a identificação deve constar nos dados cadastrados na plataforma da revista. As diretrizes para autores(as) encontram-se no seguinte link: https://periodicos.uff.br/pragmatizes/about/submissions

     

    Apresentação da temática:

    Desde 1973, quando o DJ Kool Herc, pela primeira vez, organizou uma festa que reuniu break, rap e grafite no bairro do Bronx, em Nova York, que o Hip-Hop, enquanto significante, tornou-se uma referência estética, política, cultural e educacional. Deste modo, em 2023, completou 50 anos, gerando comemorações em todo o globo. Porém, recuando da ideia de origem, ressaltamos que a cultura enquanto prática social reunia elementos já disponíveis naquele contexto. O qual passou a disseminar, a partir dos dispositivos que dispunha, tais elementos, ligados, sobretudo, à “juventude” e às populações “periféricas” que se tornavam adeptos, sujeitos produzindo sentidos.

    Considerando o exposto, Hip-Hop tornou-se um campo de estudos em diversas áreas das ciências sociais e humanas, como Educação, Sociologia, Antropologia, História, dentre outras. A partir das pesquisas sobre a cultura Hip-Hop podemos estudar processos de significação e aprofundar modos de viver, pensar e produzir conhecimento. Ou seja, nos conduz às subjetivações, aos sentimentos de pertencimento, às territorialidades e às condições de vida. Destacamos ainda a importância dessa cultura articulada aos processos de identificação da população negra e de uma leitura crítica da realidade. Os elementos político-culturais tão importantes no mundo contemporâneo, em 2023, comemorou décadas de existência, sendo influente nas disputas educacionais.

    A publicação no Brasil, em 1999, organizada por Elaine Nunes de Andrade intitulada “Rap e educação, Rap é educação”, foi uma referência para o Hip-Hop ter sido pensado e se destacado como um importante agente educacional. Com efeito, em meio a outras produções sobre o tema, o livro de Marc Hill (2014), intitulado “Batidas, rimas e vida escolar”, inspira o debate sobre o que chamou de Pedagogia Hip-Hop. O pesquisador norte-americano empenha-se no estudo etnográfico a partir de uma disciplina escolar intitulada “Literatura Hip Hop”. A proposta salienta questões e dilemas naquele país, ao passo que expõe motivações e experiências, semelhantes e diversas, do que poderíamos chamar de “nossas”. Lembrando a obra citada, não pretendemos buscar receitas para qualquer área de atuação e estudo, tampouco buscamos fórmulas para lidar com “jovens problemas”.

    Diferentemente, este dossiê pretende expor a falência de concepções pedagógicas e políticas planejadas de antemão, as quais ignoram o contexto e as relações cotidianas imprevisíveis e imponderáveis. Em diversas áreas e sob perspectivas as mais distintas, produções acadêmicas e a vida cotidiana se hibridizam, mas também se desencontram. O Hip- Hop como cultura se reedita como resistência, a partir de uma população potente e inquieta; e como reexistência, em meio a conflitos sociais, raciais, de gênero, interseccionais e outros, promovendo uma política , sustentando subjetividades, produzindo sentidos.

    No caso do Brasil, a referida cultura, na heterogeneidade e hibridização, permanece viva em uma dinâmica singular, em virtude de ressignificações e de criativas produções, tornando o Hip-Hop cada vez mais “plural” e mobilizado pelo “local”.. Os estudos de Ricardo Teperman (2015) com o rap no país são um exemplo do exposto. Através do livro “Se liga no som” explicita um rap que é regional, queer, feminista, indígena e muito mais. Por sua vez, não é de hoje que o grafite ganha as galerias e ocupa muros em escolas e espaços além dos muros e trens norte-americanos, a dança de rua que há décadas invadiu as academias de ginástica, com o break hoje se torna “esporte” e está incluída em um evento internacional de peso como as Olimpíadas. Em suma, com tais inspirações em mente e tantas outras mobilizadas pelo Hip-Hop, entendendo-o enquanto um significante socialmente disputado, o objetivo desta interpelação visa ampliar o diálogo interdisciplinar com a aludida cultura de modo a discutir alternativas a respeito de demandas sociais e enfocar as produções de sentido aliadas a lutas históricas, como as da população negra e indígena no Brasil.

    Este dossiê objetiva, portanto, reunir estudos que se debruçam sobre a cultura Hip-Hop na atualidade brasileira. De maneira interdisciplinar, visa ampliar o debate e contribuir para reflexões e questões acerca da complexidade da cultura que resiste e re-existe às dinâmicas sociais discriminatórias. Com e para além de demandas sociais mapeadas, isto é, conhecidas; pretendemos reunir artigos que aproximem o campo da cultura e da territorialidade dos múltiplos olhares que envolvem o significante Hip-Hop. Temos em mente alcançar estudos que reconheçam  e valorizam o caráter dinâmico e relacional da cultura. Porém, sem fechar em um único referencial teórico, pelo contrário, consideramos bem vindas as diversas propostas que aproximam as discussões a respeito da cultura Hip-Hop de abordagens em torno do multiculturalismo e da interculturalidade, da problemática em torno do de/des/pós/contra colonialismo, dentre outras.

    Organizadores:

    William de Goes Ribeiro (UFF)

    Flávio Soares Alves (UNESP)

    Rosenverck Estrela Santos (UFMA)

     

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  • Objetivos y Perfil

    2019-10-02

     PragMATIZES Revista Latinoamericana de Estudios en Cultura (ISSN 2237-1508 on line).  Publicación semestral editada desde 2011, vinculada al Laboratório de Ações Culturais / LABAC, y al programa de posgrado en Cultura e Territorialidades / PPCULT, ambos vinculados a la Universidade Federal Fluminense (UFF).

    Busca profundizar las discusiones teóricas necesarias a una época en que tecnología, cultura y arte se entremezclan. Propone una perspectiva indisciplinar de la Cultura y de la Arte consonante con las perspectivas contemporaneas. Tiene por objetivo la divulgación de estudios en el ámbito de la cultura en América Latina a través de la publicación de análisis, comunicaciones y reseñas originales y contribuciones de carácter descriptivo e interpretativo, fundamentadas en la literatura reciente, así como artículos acerca de temas actuales o emergentes y comunicaciones breves sobre temas relevantes e inéditos. Su estructuración general abarca los artículos temáticos presentados de acuerdo con convocatorias públicas e invitaciones especiales en diálogo con lo Dossier propuesto; Artículos de flujo continuo del tema general; Revisiónes

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